Saiba quais foram os melhores e os piores investimentos de janeiro
Entre os destaques estão fundos de renda fixa grau de investimento e fundos de ações que investem no exterior

Os fundos de renda fixa do tipo duração alta e grau de investimento lideraram o ranking dos melhores investimentos de renda fixa em janeiro, com rentabilidade média de 0,73%, bem acima da referência da categoria, o CDI, que registrou variação de 0,16%. 

Esses fundos aplicam pelo menos 80% da carteira em títulos públicos e em outros ativos de baixo risco no mercado, emitidos por bons pagadores.

Já entre os ativos de renda variável (que não diretamente ações), os fundos de ações do tipo investimento no exterior ficaram no topo do ranking, com alta de 1,01% no mês. Segundo Juliana Machado, especialista em fundos, a questão fiscal pesa sobre os ativos brasileiros.

“Apesar dos juros baixos, há o temor de furo do teto dos gastos. Então há aumento de risco e, como consequência, queda da rentabilidade dos ativos nacionais”, afirma Machado.

Os fundos de ações que investem no exterior permitem exposição a ativos mais fortes, como ações de grandes empresas de tecnologia, que tiveram forte crescimento na crise.

Piores aplicações

Entre os piores investimentos na renda fixa esteve o Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2050. A maior parte dos títulos do Tesouro registrou desvalorização no mês. 

Segundo relatório de Renato Mimica, executivo-chefe de Investimentos (CIO) da Exame Research, o mês foi marcado pela alta das taxas de juros dos títulos públicos, que atingiram o pico no dia 22. Contudo, a partir daí, houve queda das taxas dos títulos indexados à Selic, prefixados e indexados ao IPCA para todos os vencimentos.

“A queda é explicada em parte pela queda dos juros nos EUA e a aposta do mercado na vitória do candidato do governo  (Arthur Lira, PP-AL) para presidente da Câmara. No entanto, mesmo com a provável vitória de Arthur Lira, os desafios fiscais do Brasil continuam muito grandes, o que pode trazer incertezas no mercado de juros para horizontes mais longos”, aponta Mimica. 

Por causa desse cenário de incertezas, a Exame Research recomenda títulos prefixados apenas para o curto prazo, apostando em uma queda pontual das taxas de juros. Para investimentos mais longos, mantém a recomendação de títulos pós-fixados, preferencialmente atrelados ao IPCA, diante das incertezas no cenário fiscal.  

Renda variável

Entre as aplicações de renda variável que renderam menos estiveram os fundos de ações do tipo valor/crescimento. Essas aplicações se desvalorizaram 2,61% em janeiro. Isso acontece porque a bolsa também é impactada negativamente pelo risco fiscal, afirma a especialista.

“Apesar de o mercado ter muita liquidez, é preciso ajustar o nível de risco, o que impacta as ações. Os fundos da categoria têm uma visão de longo prazo e acabam sofrendo mais em meio a esses ajustes. Mas isso não significa que a tese dessas aplicações não vale mais.”

O que ponderar

Para todos os investimentos, a orientação é sempre lembrar que a rentabilidade passada não significa garantia de rendimento futuro. Também é importante mencionar que o ranking de investimentos considera a rentabilidade bruta das aplicações, sem descontar o Imposto de Renda (IR).

Nas aplicações em fundos de ações, há IR de 15%. Nos fundos de curto prazo, a alíquota é de 22,50% para resgates em até 180 dias e de 20% para resgates depois de 180 dias. Nas demais categorias de fundos (longo prazo), a tributação segue tabela regressiva, em que a alíquota varia entre 15% e 22,5%, conforme o prazo de vencimento.

Os títulos públicos também são tributados pela tabela regressiva de IR. A poupança não tem cobrança de IR.

(Marília Almeida)

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