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Além dos 11 títulos disponíveis atualmente para compra na plataforma do Tesouro Direto, os brasileiros terão, a partir de 2022, uma nova opção de investimento em papéis da dívida pública. Em entrevista concedida ao jornal O Estado de S.Paulo, Paulo Valle, secretário do Tesouro Nacional, disse que está em estudo o lançamento de um novo título destinado ao planejamento da aposentadoria, o Tesouro Direto-Previdência.
A nova opção, que ainda não tem data certa para ir a mercado, permitirá a acumulação de patrimônio em longo prazo, com o objetivo de pagamento de renda mensal após 30 ou 40 anos. Em vez de receber periodicamente os juros dos títulos, que correspondem ao retorno acumulado, o investidor receberá todo o rendimento ao final do prazo.
“Hoje, o mercado de previdência fala muito da rentabilidade. Não fica claro qual é a renda que o poupador vai ter. Temos que mirar a renda”, disse Valle ao jornal.
Como funcionará o Tesouro Direto-Previdência?
Nesse modelo, o investidor terá um simulador para estimar qual o valor e o período de acumulação necessário para chegar a uma renda mensal desejada. Por exemplo: se ele deseja contar com uma aposentadoria de 2.000 reais em 30 anos, o simulador do Tesouro informará quantos títulos ele deverá comprar nesse período.
O sistema de previdência privada oferece uma solução similar, mas a mecânica de acumulação se dá por meio de fundos de investimento administrados por bancos e gestores. Por isso, o resgate desse tipo de produto antes do prazo costuma implicar em perda de parte do valor acumulado.
Não está claro se o Tesouro Direto-Previdência terá liquidez no mercado secundário, assim como os outros títulos disponíveis atualmente, nem se haverá diferentes indexadores para cálculo da rentabilidade.
O regime de tributação poderia ser o mesmo dos produtos de previdência, com alíquotas que vão de 10% a 35%, dependendo do prazo de resgate, ou pode ser o mesmo dos outros títulos do Tesouro Direto, que têm cobrança de 22,5% a 15% de Imposto de Renda.