O Índice de Confiança Empresarial (ICE) encerrou 2024 com uma leve queda de 0,1 ponto em dezembro, atingindo 97,3 pontos na série com ajuste sazonal, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). Apesar do recuo mensal, o índice registrou um avanço de 2,2 pontos em relação ao mesmo período de 2023, refletindo um ano de recuperação moderada no setor empresarial.
O resultado de dezembro reflete uma combinação de melhora na percepção sobre a situação atual e pessimismo nas expectativas futuras. “A virtual estabilidade de dezembro ocorre pela combinação de melhora dos indicadores sobre o momento presente e piora nas expectativas. Por um lado, os empresários têm reportado sinalização de demanda aquecida, retratando o ritmo favorável da economia brasileira. Por outro lado, a piora nas expectativas, disseminada entre os setores, sugere que 2025 será um ano mais desafiador”, afirmou Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre.
Expectativas em queda
O Índice de Expectativas Empresariais (IE-E), que mede a visão dos empresários sobre o futuro, recuou 1,0 ponto em dezembro, fechando o mês em 95,0 pontos. Esse movimento foi impactado principalmente pela queda de 2,1 pontos no indicador de expectativas sobre a evolução dos negócios nos próximos seis meses, que caiu para 94,9 pontos. Em contraste, o indicador relacionado à expectativa de demanda subiu ligeiramente, avançando 0,1 ponto para 95,2 pontos.
Situação atual melhora
Em direção oposta, o Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E) avançou 0,7 ponto, atingindo 99,6 pontos, o maior nível desde dezembro de 2013, quando marcou 100,2 pontos. Ambos os componentes desse índice apresentaram crescimento: a percepção sobre a situação atual dos negócios subiu 0,5 ponto, alcançando 99,0 pontos, enquanto o indicador que avalia a demanda corrente avançou 0,9 ponto, atingindo 100,1 pontos.
Perspectivas para 2025
O desempenho do ICE em dezembro reflete um cenário de otimismo moderado com a economia atual, mas também uma cautela generalizada em relação aos desafios esperados para 2025. A piora nas expectativas futuras indica preocupações com o ambiente econômico e possíveis dificuldades em manter o ritmo de crescimento observado em 2024. Esse contraste sugere que empresários estão mais confiantes com a demanda imediata, mas incertos quanto à sustentabilidade do crescimento nos meses seguintes.
