Governo eleva projeção do PIB para 2025 e prevê crescimento impulsionado pelo agronegócio
Segundo o Ministério, as atualizações refletem uma combinação de fatores internos e externos que devem moldar a trajetória da economia brasileira ao longo de 2025

O Ministério da Fazenda revisou para cima sua projeção de crescimento da economia brasileira em 2025. A nova estimativa aponta para uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,4%, ante os 2,3% previstos anteriormente. Segundo a pasta, a revisão reflete uma atividade mais forte no primeiro trimestre do ano, além da expectativa de uma maior produção agropecuária ao longo dos próximos meses.

Apesar da elevação na projeção anual, o governo avalia que o ritmo de crescimento tende a se moderar no segundo semestre, aproximando-se da estabilidade. O agronegócio deve liderar a expansão, com previsão de alta de 6,3% no ano. Já a indústria deve crescer 2,2%, enquanto o setor de serviços, que representa a maior parte da economia, deve avançar 2%.

A análise da Fazenda aponta que, mesmo diante de uma desaceleração no crédito e de uma moderação no mercado de trabalho, a força do setor agropecuário será suficiente para impulsionar o desempenho da economia como um todo. No primeiro trimestre, o mercado de trabalho ainda demonstrou resiliência, embora tenha havido uma desaceleração moderada na criação de empregos e na massa de rendimentos.

O ritmo de concessões de crédito em termos reais também perdeu força, influenciado pelas condições financeiras mais restritivas e pela elevação das taxas de juros. Mesmo assim, o governo avalia que o ambiente econômico continuará favorável à manutenção do crescimento.

No cenário externo, o Ministério destacou que a elevação de tarifas comerciais por parte dos Estados Unidos e da China tem gerado impacto sobre a cotação do dólar e sobre a curva de juros americana, que apresenta maior inclinação. A recente perda do selo de crédito AAA dos Estados Unidos também deve intensificar esses movimentos.

Para os países latino-americanos, o governo vê efeitos mistos. Embora a menor demanda global por commodities pese negativamente sobre o crescimento, o excesso de produção chinesa, a queda nos preços internacionais e o enfraquecimento do dólar podem atuar como fatores desinflacionários. Isso ajudaria a compensar possíveis pressões geradas pelas tarifas comerciais nas cadeias de suprimentos globais.

A revisão do cenário também trouxe ajustes nas projeções de inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal referência de inflação no país, passou de 4,9% para 5% em 2025. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que afeta principalmente as camadas mais vulneráveis da população, foi ajustado de 4,8% para 4,9%. O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que mede a variação de preços no atacado, teve uma leve queda na previsão, passando de 5,8% para 5,6%.

Segundo o Ministério, as atualizações refletem uma combinação de fatores internos e externos que devem moldar a trajetória da economia brasileira ao longo de 2025, com foco especial no desempenho do setor agropecuário e nos impactos de um cenário global em transformação.

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