A inflação oficial no Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desacelerou para 0,39% em novembro, após alta de 0,56% em outubro. Divulgado nesta terça-feira pelo IBGE, o resultado superou a mediana das projeções do mercado, que esperava 0,36%. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA chegou a 4,87%, acima do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2024, que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual.
No acumulado do ano até novembro, a inflação registra alta de 4,29%, comparada a 4,04% no mesmo período de 2023. A desaceleração em novembro foi influenciada principalmente pela queda nos preços do grupo habitação, que registrou deflação de 1,53% devido à mudança para a bandeira tarifária amarela na energia elétrica. Outros grupos, como artigos de residência, vestuário e saúde, também apresentaram quedas nos preços.
Por outro lado, alimentos e bebidas tiveram alta de 1,55%, acelerando em relação a outubro (1,06%). Transportes também registraram aumento significativo, passando de -0,38% para 0,89%, assim como despesas pessoais, que saltaram de 0,70% para 1,43%.
A inflação foi menos disseminada em novembro, com o Índice de Difusão – que mede a proporção de itens com alta de preços – caindo para 57,8%, em comparação a 61,5% em outubro. Mesmo sem considerar alimentos, o índice retornou ao menor patamar desde março, apontando para uma concentração das altas em itens específicos.
Os núcleos da inflação, que excluem itens mais voláteis como alimentos e energia, apresentaram média de 0,39% em novembro, contra 0,44% em outubro. No acumulado de 12 meses, os núcleos subiram de 4% para 4,21%. Esses dados reforçam o desafio do Banco Central, que persegue uma meta de inflação anual de 3% para os próximos anos, dentro do intervalo de tolerância.
A desaceleração em novembro oferece um alívio pontual, mas o resultado acumulado acima da meta sinaliza a necessidade de atenção contínua à política monetária para conter pressões inflacionárias persistentes.
