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Hoje, 31 de outubro, celebra-se o Dia Mundial da Poupança, data instituída em 1924 durante o Primeiro Congresso Internacional de Economia, visando despertar nos consumidores a importância de ampliar seus fundos reservados. Contudo, no Brasil, essa ocasião remete a um instrumento financeiro que, frequentemente, não apresenta vantagens significativas para o poupador.
De acordo com as informações mais recentes disponibilizadas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), existem aproximadamente 240,76 milhões de contas ativas em caderneta de poupança, somando cerca de R$ 925 bilhões investidos. Esse montante supera a totalidade dos recursos aplicados em LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) e LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), que, assim como a caderneta, são isentas de Imposto de Renda. Uma análise realizada por Camilla Dolle, head de renda fixa da XP, aponta que, caso esses valores estivessem aplicados em outras modalidades de investimento, o montante poderia ser até R$ 120 bilhões superior.
Vale lembrar que, quando a taxa básica de juros supera 8,5% ao ano, como acontece hoje, a rentabilidade da poupança é fixada em 0,5% ao mês – ou 6,17% ao ano – mais a variação da TR (Taxa Referencial). Desde que a Selic avançou além desse nível pela última vez, em dezembro de 2021, é assim que seu retorno é calculado.
Caso a Selic fique em 8,5% ao ano ou abaixo, o retorno da caderneta voltará a ser de 70% da Selic mais TR.
Paula Sauer, planejadora financeira certificada, atribui o sucesso da poupança a uma tradição do brasileiro. “Ainda é passada, de geração em geração, a ideia de que a poupança é o investimento mais seguro, mas as pessoas se esquecem dos sustos que já passaram com a caderneta”, diz.