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A BB Seguridade (BBSE3) divulgou seus números do terceiro trimestre de 2023 (3T23) na manhã desta segunda-feira (6), com lucro líquido de R$ 2,06 bilhões, aumento de 12% no trimestre e de 24% no ano, ficando um pouco acima do consenso devido aos resultados financeiros anormalmente elevados da Brasilprev. As ações, após abrirem em alta, passaram a operar perto da estabilidade: às 13h04 (horário de Brasília), os ganhos eram de 0,29%, a R$ 31,54.
A empresa reportou seu lucro líquido “normalizado” (resultados financeiros ajustados aos seus níveis recorrentes) de R$ 1,9 bilhão, em linha com as estimativas e as de consenso, aponta o Bradesco BBI.
O banco reforça que a dinâmica permanece forte nas suas principais divisões, com a unidade de seguros ainda se beneficiando do segmento rural e de fortes captações/resultados operacionais no negócio de previdência.
Vale ressaltar que a companhia manteve seu guidance para o ano (faixa de crescimento de prêmios de 10 a 15% e crescimento de 12 a 17% no resultado operacional), implicando uma leve desaceleração esperada no 4T23, que aponta para algo como R$ 7,5 bilhões de lucro líquido para o ano.
“Vemos os resultados como neutros a marginalmente positivos para as ações. Como esperado, a BB Seguridade continua se beneficiando da boa dinâmica em suas principais divisões (seguros e previdência), que deve ser sustentado ao longo do restante do ano. No geral, a BB Seguridade parece bem posicionada para entregar as expectativas consensuais de lucro líquido de R$ 7,5 bilhões para o ano, implicando em um múltiplo de 8,0 vezes o P/L [preço sobre lucro] para 2024 e um atraente rendimento de dividendos de quase 10%”, aponta o banco.
Em conversa com jornalistas, a BB Seguridade sinalizou manter política de retornos a acionistas, segundo informações da Reuters. De acordo com o diretor financeiro, a política de pagamento de dividendo entre 80% a 90% do lucro será mantida diante de programa de recompra de ações. Além disso, não vê indicativo para eventual necessidade de revisão de guidances para o ano.
O Goldman Sachs aponta que o lucro líquido ficou 6% acima da projeção do banco e do consenso da Bloomberg. “A empresa apresentou sólidos resultados na Brasilseg com tendências operacionais e resultados financeiros mais fortes, enquanto a Brasilprev apresentou boas captações líquidas”, aponta.
Apesar de permanecer acima do limite máximo do guidance de resultados operacionais consolidados (19% nos primeiros nove meses do ano versus 12-17%), a empresa espera convergir para a faixa no próximo trimestre.
O banco também destaca que o lucro líquido foi o mais alto da história da empresa, com um sólido ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) de 91,5% (versus 55,4% da média histórica e 67,5% da média de 3 anos).
A Genial aponta que os números ficaram em linha com suas estimativas e um pouco acima da média do mercado. O trimestre foi marcado por fortes resultados em todas as verticais, beneficiado pelo resultado financeiro e pelos prêmios ganhos no segmento segurador.
Mesmo com os números fortes, analistas ainda mostram bastante divisão sobre as recomendações para os ativos.
“Embora os resultados tenham sido fortes, acreditamos que as tendências foram parcialmente antecipadas pelos dados mensais da SUSEP até agosto. Seguimos neutros, já que as ações são negociadas a 8,2 vezes o P/L esperado para 2024, um prêmio de 122% para o Banco do Brasil BBAS3 versus uma média histórica de 107%”, aponta o Goldman Sachs, que tem preço-alvo de R$ 34 (ou upside de 8% ante o fechamento de sexta-feira) para os ativos.
O BBI também tem recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 37, ou potencial de alta de 18%.