Bradesco prevê Selic mantida em 10,5% até a segunda metade do próximo ano
A decisão unânime do BC e o cenário alternativo do Copom indicando inflação controlada com juros inalterados acalmaram as expectativas, reduzindo as apostas em um ciclo de aperto neste ano.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que será majoritariamente composto por indicados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir de 2025, deve manter os juros inalterados nos primeiros seis meses, segundo o Bradesco. O banco prevê que a taxa Selic permanecerá em 10,5% até a segunda metade do ano que vem, quando poderá cair para 9,5%.

Myriã Bast, superintendente de pesquisas econômicas do Bradesco, acredita que a nova composição do Copom ajudará a segurar a Selic no primeiro semestre, favorecendo a convergência da inflação para a meta do BC e reforçando o compromisso com o regime de metas. Esse cenário, com juros restritivos por mais tempo e aumento da credibilidade, deve permitir cortes a partir de meados de 2025.

Mesmo com uma piora gradual da dívida pública, Bast afirma que os cortes de juros são viáveis. Ela ressalta que, sem uma reforma significativa como a da Previdência, o ajuste fiscal dependerá de medidas difíceis de aprovar, como cortes de gastos e aumento de receita.

A decisão unânime do BC e o cenário alternativo do Copom indicando inflação controlada com juros inalterados acalmaram as expectativas, reduzindo as apostas em um ciclo de aperto neste ano. A curva de juros na B3 agora aponta para uma elevação de 0,50 ponto percentual da Selic até o fim do ano, contra 0,75 ponto percentual previsto antes da reunião do comitê.

Para uma melhora consistente nas expectativas de inflação, Myriã Bast destaca a necessidade de um ambiente externo favorável, com cortes nos juros americanos,a publicação do decreto da meta contínua, a definição do novo comando do BC e o detalhamento das medidas de corte de despesas pelo governo.  

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