Bradesco tem recomendação para compra pelo Goldman Sachs
Os analistas observam que o crescimento dos empréstimos pode ser impulsionado por um foco renovado em pequenas e médias empresas

O Bradesco (BBDC4) recebeu uma recomendação elevada de neutro para compra pelo Goldman Sachs, que também revisou o preço-alvo das ações preferenciais (PN) do banco, subindo de R$ 14 para R$ 17,50, representando um potencial de alta de 17% em relação ao fechamento da última sexta-feira (16).

Esse movimento ocorre após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24), que surpreenderam positivamente o mercado. O banco americano destacou que os números superaram as expectativas, apontando para uma melhoria na qualidade dos ativos e uma inflexão positiva na margem financeira (NII) do cliente. Para os analistas, há sinais de recuperação cíclica e uma melhoria estrutural inicial.

"Acreditamos que o banco está no caminho certo para entregar um ROE [retorno sobre o patrimônio líquido] pelo menos em linha com seu custo de capital nos próximos trimestres, à medida que o crescimento dos empréstimos acelera, a margem líquida de juros (NIM) se expande e a qualidade dos ativos melhora", afirmou o Goldman Sachs em seu relatório.

Os analistas observam que o crescimento dos empréstimos pode ser impulsionado por um foco renovado em pequenas e médias empresas (PMEs), com espaço para ganhar participação de mercado após uma melhora significativa no último trimestre. Isso pode levar a uma aceleração nas receitas e a uma melhoria na eficiência, ainda que abaixo dos níveis de outros grandes bancos brasileiros, segundo a equipe de análise.

"Embora a ação tenha subido 17% no último mês, ela teve desempenho inferior aos seus pares bancários no Brasil no acumulado do ano", destacou o Goldman.

A equipe de análise do banco elevou a previsão de lucro líquido para 2024 em 9%, alcançando R$ 19,5 bilhões, e também ajustou as projeções para 2025 em 7%, para R$ 25,5 bilhões, e para 2026 em 4%, para R$ 29,5 bilhões.

"As nossas estimativas aumentaram devido a provisões menores, impulsionadas pelos ventos favoráveis da qualidade dos ativos e uma receita líquida de juros modestamente maior, uma vez que o banco começou a acelerar o crescimento dos empréstimos após vários anos de perdas de participação de mercado. Embora o Bradesco possa enfrentar desafios para expandir a participação de mercado em empréstimos ao consumidor, dada a forte concorrência das fintechs, acreditamos que ele tem espaço para ganhar participação em um mercado de PMEs relativamente menos competitivo, onde historicamente teve uma vantagem relativa", afirmou a equipe de análise.

Dessa forma, o Goldman Sachs projeta uma forte recuperação nos lucros do Bradesco, com crescimento de 19% em 2024, 31% em 2025 e 16% em 2026, após vários anos de declínios, com o ROE melhorando gradualmente para 11,9% em 2024, 14,8% em 2025 e 15,7% em 2026.

redacao
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