Views
Apesar das incertezas no cenário internacional e da volatilidade cambial, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta crescimento moderado para os setores que representa ao longo de 2025. As estimativas indicam avanço de 4% no comércio varejista restrito, 3,5% no setor de serviços e 5,5% nas atividades turísticas, apoiados principalmente pela recuperação da renda das famílias e pelo baixo desemprego.
Segundo dados do IBGE, o volume de vendas no varejo cresceu 0,5% em fevereiro, enquanto o setor de serviços avançou 0,8% no mesmo período, reforçando a trajetória de retomada econômica e dando sustentação às projeções da CNC.
Comércio: consumo essencial impulsiona alta
O comércio varejista restrito segue em trajetória positiva, com crescimento sustentado por hipermercados e supermercados, que continuam sendo os principais motores do setor. A previsão de crescimento de 4% em 2025 será puxada, principalmente, por segmentos de bens essenciais, como alimentos e medicamentos.
A CNC avalia que inflação controlada e mercado de trabalho aquecido deverão continuar incentivando o consumo, apesar dos riscos trazidos pela volatilidade cambial e pelos efeitos da guerra tarifária entre Estados Unidos e China, que podem pressionar os preços dos produtos importados.
Serviços: digitalização e demanda interna fortalecem desempenho
Com estimativa de alta de 3,5% no ano, o setor de serviços deve manter um ritmo de crescimento estável. Os dados de fevereiro mostram que os serviços de tecnologia da informação e comunicação cresceram 5,9%, indicando dinamismo em segmentos ligados à digitalização dos negócios e à retomada da demanda por serviços pessoais e corporativos.
A menor dependência de insumos importados torna o setor mais resiliente às oscilações externas, o que fortalece as projeções de crescimento, mesmo diante de um ambiente internacional instável.
Turismo: retomada continua, mas em ritmo gradual
As atividades turísticas devem registrar expansão de 5,5% em 2025, mantendo o movimento de recuperação iniciado no pós-pandemia. Em fevereiro, o setor cresceu 2,8%, impulsionado pela queda nos preços das passagens aéreas, após recuo em janeiro.
A CNC avalia que o baixo desemprego e a retomada da mobilidade favorecem o turismo, embora os gastos com lazer ainda possam ser limitados por eventuais pressões sobre a renda das famílias.
Perspectiva cautelosa, mas otimista
Diante do contexto externo instável, a CNC adota uma abordagem cautelosa, mas mantém o otimismo quanto ao papel do setor terciário na geração de empregos e na sustentação da economia brasileira em 2025. A expectativa é de que a demanda interna continue sendo o principal motor do crescimento, com os setores de comércio, serviços e turismo atuando como pilares de estabilidade econômica.