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Economistas consultados pelo Ministério da Fazenda revisaram suas previsões para o resultado primário do governo em 2024 e 2025, apontando uma leve melhora nos déficits previstos, mas elevaram as projeções para a dívida pública bruta como proporção do Produto Interno Bruto (PIB). Os dados foram apresentados no relatório Prisma Fiscal de dezembro, divulgado nesta sexta-feira.
A nova mediana de expectativas indica um déficit primário de R$ 55,373 bilhões em 2024, menor que os R$ 62 bilhões projetados no mês anterior. Para 2025, a previsão foi ajustada para um saldo negativo de R$ 87,265 bilhões, contra R$ 89,574 bilhões da estimativa de novembro. No entanto, a dívida pública bruta do governo geral segue como ponto de atenção: para 2024, os economistas mantiveram a projeção em 78,40% do PIB, mas elevaram a estimativa para 2025 de 81,73% para 82%.
O aumento da dívida é atribuído, em parte, ao impacto da alta da taxa básica de juros (Selic), que encarece o custo da dívida pública. Apesar de esforços do governo em implementar medidas de contenção de gastos, as ações apresentadas até agora foram recebidas com ceticismo pelo mercado. Especialistas avaliam que essas iniciativas podem ser insuficientes para equilibrar as contas públicas e garantir a sustentabilidade fiscal no médio prazo.
No que diz respeito à arrecadação federal, as previsões apresentaram leve alta. Para 2024, espera-se um total de R$ 2,655 trilhões, acima dos R$ 2,648 trilhões projetados anteriormente. Em 2025, a arrecadação deve alcançar R$ 2,830 trilhões, superando os R$ 2,800 trilhões estimados no relatório de novembro. Por outro lado, as despesas totais do governo central para este ano foram ajustadas para R$ 2,213 trilhões, um leve aumento em relação aos R$ 2,212 trilhões do mês anterior. Para 2025, a previsão de despesas foi reduzida para R$ 2,378 trilhões, ante R$ 2,380 trilhões.
Esses dados reforçam as incertezas sobre a sustentabilidade do arcabouço fiscal em um contexto de juros elevados e preocupações sobre a capacidade do governo de estabilizar a dívida pública enquanto promove crescimento econômico.