Estimativa do IPCA para 2024 passou de 4,12% para 4,20%, aponta Boletim Focus
O cenário econômico brasileiro para os próximos anos continua a ser marcado por desafios, especialmente no controle da inflação

As expectativas dos analistas para a inflação em 2024 registraram um novo aumento nesta semana, conforme revelado pelo Relatório Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (12). Enquanto as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB), câmbio e taxa Selic permaneceram estáveis em relação à semana anterior, a inflação voltou a ser o foco das atenções, com um aumento pelo quarto relatório consecutivo.

Inflação: pressões persistentes

A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 subiu de 4,12% para 4,20%, refletindo as pressões inflacionárias que continuam a preocupar o mercado. Esse é o quarto aumento consecutivo na previsão de inflação para o próximo ano. Em contraste, a projeção para 2025 apresentou uma leve redução, passando de 3,98% para 3,97%, enquanto as estimativas para 2026 e 2027 permaneceram inalteradas em 3,60% e 3,50%, respectivamente.

Os preços administrados, que fazem parte do cálculo do IPCA, também tiveram suas projeções para 2024 ajustadas para cima, de 4,59% para 4,75%. As estimativas para 2025 e 2026 mantiveram-se estáveis em 3,90% e 3,50%, respectivamente.

No que diz respeito ao Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), as expectativas para 2024 subiram pela 15ª semana consecutiva, de 3,70% para 3,73%. As previsões para os anos seguintes, no entanto, permaneceram inalteradas, com 4,0% para 2025 e 2026, e uma leve alta de 3,78% para 3,80% em 2027.

PIB: crescimento moderado, mas estável

Em termos de crescimento econômico, a mediana das projeções para o PIB de 2024 continuou nos mesmos 2,20% da semana anterior, refletindo uma expectativa de crescimento moderado, porém consistente. As estimativas para os anos seguintes também não sofreram alterações, permanecendo em 1,92% para 2025 e 2,0% para 2026 e 2027.

Selic e Câmbio: cenário estável

A taxa básica de juros (Selic) continua com a mesma projeção para 2024, fixada em 10,50% há oito semanas. As expectativas para 2025, 2026 e 2027 também se mantiveram estáveis, em 9,75%, 9,0% e 9,0%, respectivamente. Isso reflete uma perspectiva de manutenção das condições monetárias restritivas, visando controlar a inflação.

No câmbio, a mediana das projeções para o dólar em 2024 permaneceu em R$ 5,30 pela terceira semana consecutiva. As estimativas para 2025 e 2026 também ficaram estáveis, em R$ 5,30 e R$ 5,25, respectivamente, indicando uma expectativa de estabilidade no valor da moeda norte-americana nos próximos anos.

Contas Públicas: ajustes e desafios

O resultado primário, que mede a diferença entre as receitas e despesas do governo, sem considerar os juros da dívida, teve uma leve melhora na projeção para 2024, passando de um déficit de -0,70% para -0,69% do PIB. Para 2025 e 2026, as expectativas permaneceram inalteradas, com superávit de 0,70% e déficit de -0,50%, respectivamente. Contudo, a projeção para 2027 piorou, com o déficit esperado subindo de -0,30% para -0,31% do PIB.

A dívida líquida do setor público também teve ajustes nas projeções para os próximos anos. Embora a estimativa para 2024 tenha permanecido em 63,70% do PIB, as previsões para 2025, 2026 e 2027 foram elevadas, indicando um crescimento gradual da dívida pública.

Balança Comercial: expectativas ajustadas

As projeções para a balança comercial brasileira em 2024 mostraram uma leve alta, subindo de US$ 82,0 bilhões para US$ 82,44 bilhões, após três semanas de estabilidade. Por outro lado, o saldo positivo esperado para 2025 foi revisado para baixo, passando de US$ 78,00 bilhões para US$ 77,15 bilhões. As estimativas para 2026 e 2027 mantiveram-se praticamente estáveis.

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