"A discussão no Copom não passa por se a meta está alta ou baixa, temos que nos preocupar com persegui-la", frisou Galípolo

Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do Banco Central, afirmou nesta quarta-feira (24) que a responsabilidade da autoridade monetária é perseguir a meta de inflação, não discutir sua definição. Durante um evento promovido pela Upload Ventures em São Paulo, Galípolo destacou que sua posição é mais "radical", sugerindo que o Banco Central não deveria votar na definição da meta no Conselho Monetário Nacional (CMN). “Para a gente, esse é um não tema. Recebemos um mandato e temos que persegui-la", afirmou. “Sou até mais radical e acho que o BC nem deveria, no CMN, votar na meta de inflação”, completou, reforçando que essa decisão deve ser tomada pelo poder democraticamente eleito. "A discussão no Copom não passa por se a meta está alta ou baixa, temos que nos preocupar com persegui-la.”

Esta foi a primeira declaração pública de Galípolo após a alteração da meta fiscal para 2025 e os comentários do presidente do BC, Roberto Campos Neto, sobre uma possível mudança na orientação da política monetária devido a incertezas locais e externas.

Na semana passada, Campos Neto apresentou quatro possíveis caminhos para a política monetária do país, o que gerou certa confusão entre os agentes de mercado, pois pareceu contradizer a orientação de um corte adicional de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, indicada no último comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom).

Na reunião de março, a taxa básica de juros foi reduzida de 11,25% ao ano para 10,75%, com um sinal de que mais um corte de 0,5 ponto percentual era esperado na próxima reunião do Copom, agendada para os dias 7 e 8 de maio.

Otimismo para o Futuro

Durante o evento, Galípolo expressou seu otimismo com a economia brasileira, destacando que acredita no potencial do país para atrair investimentos, mesmo com a recente reprecificação de ativos e o fortalecimento do dólar. Ele ressaltou que, apesar dos desafios enfrentados pelos países que avançaram mais rapidamente no aperto monetário, o Brasil tem vantagens comparativas que o tornam um polo atrativo para investimentos e produtividade.

 

 

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