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As recentes projeções de produção da Vale (VALE3), inferiores ao esperado, e os guidances de custos para metais básicos para 2024-2026 anunciados nesta terça-feira (5), juntamente com um desembolso maior do que o antecipado relacionado ao acidente da Samarco, levaram o Goldman Sachs a rever o preço-alvo dos American Depositary Receipts (ADRs) da empresa. O novo preço-alvo de US$ 18,5 é 5% inferior ao anterior, mas ainda indica um potencial de valorização de 25% em relação ao fechamento do dia anterior.
No relatório sobre o Vale Day, o Goldman destacou que a melhoria operacional da Vale pode ser impulsionada por fatores como a conclusão do programa de segurança de barragens até o fim de 2025, um acordo final sobre o caso Samarco, possivelmente no primeiro semestre de 2024, e a execução dos três principais projetos de minério de ferro entre o final de 2024 e 2026.
A recente recomendação de compra da Vale pelo Goldman considerou um mercado de minério de ferro equilibrado para 2024, resultados operacionais positivos atuais, um valuation atrativo e a expectativa de estímulos contínuos na China, beneficiando a demanda por minério de ferro. A Vale é a preferida do banco no setor.
Os analistas Marcio Farid, Gabriel Simões e Henrique Marques veem a Vale como atraente, prevendo um aumento gradual da exposição dos investidores à medida que a confiança no equilíbrio entre oferta e demanda de minério de ferro em 2024 cresce. Eles ressaltam o objetivo da Vale de não ter barragens de rejeitos com risco de emergência de nível 3 até 2025, destacando o progresso na reparação de Brumadinho, com 64% concluído e previsão de 100% até 2031.
Sobre a Samarco, a administração está otimista quanto a um acordo final em breve. O desembolso previsto para Brumadinho e Samarco entre 2024-27, de US$ 9,6 bilhões, está 23% acima do projetado pelo Goldman, principalmente devido a um desembolso mais agressivo com a Samarco.
O Goldman aponta que a produção de minério de ferro da Vale deverá ter crescimento limitado em 2024, mas a conclusão de projetos importantes até o final de 2026 deve compensar, permitindo um aumento na produção de 40-50 milhões de toneladas por ano até 2026 com investimento marginal.
Apesar de a Vale ter rebaixado a previsão de crescimento da produção e as expectativas de custos para metais básicos para 2024-26, a alta qualidade do minério produzido e as perspectivas de longo prazo nesse segmento são pontos favoráveis, embora a necessidade de investimentos na recuperação de ativos possa levar à queima de caixa.