Grupo Mateus registra lucro líquido de R$ 324,2 milhões
Números do varejista foram considerados positivos de forma geral pelos analistas

O Grupo Mateus (GMAT3) repercute o resultado no segundo trimestre de 2024 (2T24), com lucro líquido de R$ 324,2 milhões, um crescimento de 11,8% em relação ao mesmo período de 2023.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) atingiu R$ 542,70 milhões entre os meses de abril e junho, alta de 7,30% em um ano.

A margem Ebitda foi de 7,10%, retração de 0,8 ponto percentual.

Já a receita líquida cresceu 18,8% em 12 meses, a R$ 7,64 bilhões.

Em termos operacionais, a Genial avalia que não foi um bom trimestre, contudo a leitura do resultado não deve ser feita por meio de uma análise pontual – “a direção é bem mais importante do que a velocidade”.

Na visão B2C, o trimestre confirmou uma dinâmica já esperada, com as principais verticais do grupo desacelerando tanto na visão anual quanto sequencial – o que a Genial acredita ser um reflexo do fraco crescimento em volume de venda combinado a um delay no repasse de inflação alimentar no período. 

Em termos de rentabilidade, a Genial comenta que dinâmica de rentabilidade operacional veio em linha com a prévia, a margem bruta impactada pelo recolhimento do PIS/COFINS sobre a subvenção de investimentos e a margem operacional pressionada pelo alto crescimento de despesas relativas à forte expansão realizada nos últimos 12 meses.

Apesar disso, segundo a Genial, o Grupo Mateus tem aplicado com maestria três grandes estratégias para controlar o fluxo de caixa e estrutura de capital da companhia: (i) reconhecimento de imposto de renda, com compensação de prejuízo fiscal acumulado e diferimento de IRPJ/CSLL; (ii) redirecionamento de Capex, diminuindo o montante investido em infraestrutura e tecnologia e pesando mais em novas lojas e terrenos; e (iii) otimização do capital de giro, com um rigoroso controle de estoques e melhores negociações com fornecedores.

A Genial reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 9 – o que representa um potencial upside de 27% em relação ao fechamento do último pregão.

O Itaú BBA, por sua vez, avalia que o Grupo Mateus entregou uma rentabilidade acima do previsto, com um crescimento do faturamento de 19% na base anual. O ponto baixo do trimestre foi a desaceleração de 5,2 pp na base trimestral no crescimento das vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) na divisão de atacado, para 2,0%, um ponto a ser monitorado daqui para frente. 

Do lado positivo, o BBA destaca o sólido crescimento de 22% do faturamento no formato de varejo, o que levou o banco a acreditar que as novas lojas da empresa estão amadurecendo rapidamente.

Em termos de lucratividade, os ventos contrários dos impostos PIS/COFINS sobre subsídios de investimento reduziram a margem Ebitda para 6,3%. 

No geral, os resultados do 2T24 da empresa foram melhores do que o esperado pela BBA em termos de lucratividade, e o banco espera que os investidores se concentrem na retomada do crescimento do SSS nos próximos trimestres. Com isso, BBA mantém classificação de compra e preço-alvo de R$ 10.

O Bradesco BBI vê os resultados do 2T24 como neutros a ligeiramente positivos para o Grupo Mateus (GMAT3). Analistas destacam a margem bruta resiliente e estável do Grupo Mateus, bem como seu bom controle de despesas gerais e administrativas. 

O lucro líquido da empresa também superou as expectativas do BBI principalmente pela baixa taxa efetiva de imposto – embora esta não seja a melhor composição de qualidade, na opinião do banco.

Por enquanto, o BBI reiterou classificação neutra e um preço-alvo de R$ 9,00, pois os números operacionais do 2T24 não devem desencadear nenhuma revisão importante.

(Infomoney)

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