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Um investidor residente em São Paulo foi vítima de um assalto que resultou no roubo de quase R$ 1 milhão em criptomoedas, após ter seu celular levado. Após o incidente, sua conta na plataforma de negociação Binance foi esvaziada, e apesar de ter conseguido transferir parte dos fundos para uma carteira Trezor, os criminosos conseguiram acessar o dispositivo e roubar os ativos.
Segundo informações obtidas do processo em andamento nos tribunais de São Paulo, os ladrões conseguiram se apossar de várias criptomoedas do investidor, incluindo Bitcoin, USDT e Ethereum, totalizando um prejuízo estimado em R$ 920 mil.
Na tentativa de recuperar seus ativos, o investidor contratou um especialista em rastreamento de criptomoedas, que conseguiu identificar o rastro digital do dinheiro desviado.
Após cerca de 14 dias, o advogado da vítima recorreu à Blockseers, uma empresa brasileira especializada em rastrear criptomoedas, em busca de assistência.
A Blockseers imediatamente emitiu alertas para todas as corretoras de criptomoedas em todo o mundo, resultando na localização de 2,93 bitcoins, equivalentes a cerca de R$ 626 mil.
De acordo com a Blockseers, parte dos ativos recuperados foi rastreada até a exchange Binance, fornecendo pistas sobre a identidade dos envolvidos, seja o próprio criminoso ou terceiros que tenham recebido os fundos roubados.
Dada a seriedade do caso, o investidor solicitou ao Tribunal de São Paulo que emitisse uma ordem instruindo as principais corretoras de criptomoedas a bloquear os ativos associados ao endereço do criminoso.
Após a identificação da carteira do criminoso, a justiça de São Paulo concedeu uma medida protetiva em favor da vítima assaltada. O desembargador Rômolo Russo deferiu o pedido de bloqueio de todos os ativos digitais pertencentes à vítima, visando evitar a perda total de seus recursos.
O desembargador também estabeleceu uma multa diária para o caso de descumprimento da ordem judicial, fixada em R$ 1.000,00 por dia, limitada a um total de R$ 50.000,00.
"Defiro o bloqueio de todos os ativos digitais em nome do agravante, sob pena da incidência da multa diária, a qual independe de pedido expresso (art. 537, caput, do CPC), ora fixada na quantia de R$ 1.000,00 e limitada à importância total de R$ 50.000,00. Servirá a presente decisão de ofício, a bem da agilidade e eficácia instantânea."
Casos de roubo e assalto envolvendo criptomoedas em São Paulo são diversos e frequentemente empregam métodos sofisticados e agressivos. Um desses casos recentes, conforme relatado pelo Livecoins, envolveu uma quadrilha que se utilizava de aplicativos de relacionamento para se aproximar de investidores de criptomoedas.
Os criminosos aplicavam o conhecido golpe do 'Boa Noite, Cinderela', drogando as vítimas para roubar suas criptomoedas. O esquema foi desarticulado pela Operação Medelín, resultando na prisão de membros do grupo e na apreensão de bens relacionados ao crime.
Esses incidentes servem como um alerta sobre a importância de os investidores evitarem exposição excessiva nas redes sociais e ressaltam a necessidade de medidas de segurança robustas ao lidar com ativos digitais.
Portanto, é crucial evitar compartilhar informações que possam indicar posse de criptomoedas ou hábitos que possam tornar os investidores alvos de criminosos.