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São Luís é a quinta capital brasileira menos vulnerável à Covid-19 no Brasil, de acordo com a atualização do Índice de Vulnerabilidade Municipal (IVM), que acaba de ser lançada pelo Instituto Votorantim. O IVM classifica todos os municípios brasileiros em relação ao seu grau de vulnerabilidade aos efeitos da pandemia.
"O objetivo é apoiar gestores públicos e privados no enfrentamento da pandemia, pois acreditamos que o acesso à informação é fundamental para a sociedade enfrentar os efeitos da Covid-19", afirma Cloves Carvalho, diretor presidente do Instituto Votorantim.
A primeira edição do Índice de Vulnerabilidade dos Municípios (IVM) havia sido lançada em maio do ano passado. Agora, o IVM evoluiu para uma versão ainda mais precisa e, neste ano, passou a considerar em sua composição o Índice de Eficácia no Enfrentamento da Pandemia de Covid (IEEP), que mensura o resultado das ações de cada cidade brasileira para combater o novo coronavírus. O índice se baseia na diferença entre o número de mortes por Covid-19 ocorridos em um município e o número de óbitos que seria esperado (é possível estabelecer esse parâmetro com cálculos baseados nas características de cada município, como o tamanho e perfil da população, sua estrutura de saúde e o estado).
A maior eficácia pode ser atribuída a medidas implementadas pelos gestores públicos, como distanciamento social, rastreabilidade de casos, orientações preventivas, assistência social e outras. "A forma como a população aderiu às recomendações das autoridades também influencia os resultados, mas tudo começa com as medidas tomadas pelos gestores", explica Rafael Gioielli, gerente-geral do Instituto Votorantim. "O IEEP ajudará a identificar quais medidas os municípios mais eficazes tomaram e quais foram mais sustentáveis ao longo dos meses. Olhando para o futuro, contribui para disseminar boas práticas", completa.
Na realização desta nova edição do IVM, destacam-se algumas descobertas:
Ao contrário do que se poderia esperar, municípios menos vulneráveis do ponto de vista econômico tenderam a registrar proporcionalmente mais mortes pelo novo coronavírus. "Os números parecem mostrar que, em regiões de maior pujança econômica, apesar de menos vulnerável, a população ficou mais exposta ao vírus, devido a manutenção das rotinas de trabalho", avalia Gioielli.
A maior a disponibilidade de leitos hospitalares e UTIs também esteve relacionada a um maior saldo de mortes. O percentual de leitos ocupados (enfermaria e UTI) foi largamente utilizado por prefeitos e governadores para definir a abertura ou o fechamento da economia. Isso pode ter levado a uma maior tolerância a níveis mais altos de contágio. "É possível questionar a ideia de que as medidas de isolamento possam ser menos rigorosas enquanto houver maior disponibilidade de leitos de UTI", afirma Gioielli.
Na média, quanto maior a proporção de idosos ou quanto maior a população inscrita no cadastro único, maior foi o número relativo de óbitos.
Da mesma maneira, quanto maiores a densidade demográfica, maior também foi o número relativo de mortes.
Como era esperado, ser mais vulnerável não implica necessariamente em um resultado pior. As medidas de enfrentamento da pandemia assumem peso relevante no saldo de mortes.
As capitais brasileiras mais e menos vulneráveis à pandemia em 2021
As cinco capitais com menor vulnerabilidade à pandemia são:
1ª. Florianópolis (SC) - IVM: 29,96
2a. Porto Velho (RO) - IVM: 36,80
3a. Palmas (TO) - IVM: 36,99
4a. Cuiabá (MT) - IVM: 38,22
5a. São Luís (MA) - IVM: 38,68
Já as cinco capitais mais vulneráveis à pandemia são (a primeira posição correspondente à cidade com maior fragilidade):
1ª. Belém (PA) - IVM: 58,70
2ª. Maceió (AL) - IVM: 53,33
3ª. Rio de Janeiro (RJ) - IVM: 52,96
4ª. Fortaleza (CE) - IVM: 51,08
5ª. Natal (RN) - IVM: 49,39