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O banco central da Argentina reduziu de 80% para 70% a taxa de juros nesta quinta-feira. É a terceira redução desde que o presidente Javier Milei assumiu o cargo, enquanto os investidores apostavam numa nova desaceleração da inflação no país.
A Argentina publicará dados de preços ao consumidor na sexta-feira, e os economistas esperam a terceira desaceleração consecutiva no aumento mensal. Ao mesmo tempo, autoridades tentam controlar o montante de dinheiro que o BC argentino deve emitir para pagar suas obrigações, reduzindo assim ainda mais as pressões sobre o custo de vida.
Apesar da perspectiva de desaceleração, a inflação argentina está em dois dígitos no mês e atingiu nível recorde em três décadas: 276% no acumulado em 12 meses.
Na contramão da orientação do FMI
O corte entra em conflito com a orientação do Fundo Monetário Internacional. Em fevereiro, o corpo técnico do órgão escreveu que “no futuro, as autoridades concordaram que a orientação da política monetária teria de ser mais rigorosa para apoiar a procura de moeda e a desinflação”.
De forma mais geral, os responsáveis do FMI há muito que insistem que a Argentina mantenha as taxas de juro acima da inflação para encorajar poupanças em pesos e, consequentemente, baixar os preços.
Como medidas adicionais, o banco central encerrou o seu swap de crédito com o Banco de Compensações Internacionais, segundo o comunicado. Também aumentou os requisitos de reserva para contas remuneradas de fundos mútuos do mercado monetário, de 0% para 10%.