Parcela de endividados e de inadimplentes caiu em janeiro, aponta CNC
O percentual de consumidores endividados caiu de 76,7% em dezembro de 2024 para 76,1% em janeiro

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revelou uma leve redução na parcela de endividados e inadimplentes em janeiro de 2025. O percentual de consumidores endividados caiu de 76,7% em dezembro de 2024 para 76,1% em janeiro, uma melhora também em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o índice era de 78,1%. Já a proporção de endividados com dívidas em atraso recuou para 29,1%, frente aos 29,3% de dezembro, embora ainda acima dos 28,3% registrados em janeiro de 2024.

Entre os inadimplentes sem condições de quitar suas dívidas, a taxa foi de 12,7% em janeiro, ligeiramente abaixo dos 13% do mês anterior, mas superior aos 12% observados no início de 2024. Apesar dessa aparente melhora, o comprometimento da renda familiar com o pagamento de dívidas atingiu 30%, o maior nível em oito meses, superando os 29,8% registrados em dezembro e se aproximando do pico de 30,1% visto em maio de 2024.

Outro ponto de destaque na pesquisa foi o aumento da parcela de consumidores que se consideram “muito endividados”, que alcançou 15,9% em janeiro, o maior patamar desde setembro de 2024. O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, atribuiu esse cenário aos juros elevados e à maior seletividade do crédito, fatores que desestimulam a contratação de novas dívidas, mas elevam a percepção de endividamento entre os consumidores. "A leve melhora da inadimplência indica que houve um esforço das famílias para equilibrar suas finanças, mas o comprometimento crescente da renda acende um sinal de alerta para a economia em 2025", destacou Tadros.

Apesar da redução pontual nos índices de endividamento e inadimplência, a CNC prevê um cenário desafiador para o restante do ano. A expectativa é que o endividamento volte a crescer a partir de março, com projeção de alcançar 77,5% das famílias brasileiras até o final de 2025, enquanto a taxa de inadimplência deve atingir 29,8%. O economista da CNC, Felipe Tavares, alertou que "a necessidade de recorrer ao crédito para o consumo, somada à manutenção de juros elevados, deve tornar a gestão financeira um desafio ainda maior para os consumidores brasileiros".

O cartão de crédito continua sendo a principal modalidade de endividamento, representando 83,9% das dívidas dos consumidores, segundo o levantamento da CNC. Esse dado reforça a dependência das famílias brasileiras em relação ao crédito rotativo, que possui taxas de juros mais altas e pode contribuir para o agravamento da inadimplência ao longo do ano.

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