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Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos de dois anos subiram nesta quarta-feira (20) para o nível mais alto desde 2006, após o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) manter os juros na faixa entre 5,25% e 5,50%, e sinalizar que as taxas permanecerão altas por mais tempo.
Os retornos das T-bills de 2 anos subiam de 5,1008% a 5,1137% enquanto o presidente do Fed, Jerome Powell, discursava após reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, em inglês). Por outro lado, a remueração das T-bills de 10 anos caíam de 4,3617% para 4,3207%.
As ações flutuaram nas bolsas americanas. O S&P 500 oscilou entre ganhos e perdas, enquanto o Nasdaq 100, focado em empresas de tecnologia, teve um desempenho mais fraco. Os contratos de swap passaram a precificar menos cortes nos juros no próximo ano, em relação ao previsto anteriormente. Já o dólar se mexeu pouco frente a outras divisas de países desenvolvidos. Enquanto isso, o petróleo recuou, após uma recuperação que levou o Brent a US$ 95 o barril no início desta semana.
Apesar de manter os juros, o Fed divulgou projeções trimestrais atualizadas mostrando que 12 dos 19 membros do Fomc são a favor de outro aumento de juros em 2023, destacando o desejo de garantir que a inflação continue a desacelerar.
As autoridades do Fed também preveem uma menor flexibilização monetária no próximo ano, de acordo com as novas projeções, refletindo a recente indicação de fortalecimento da economia e do mercado de trabalho dos EUA.
“Com a pausa de hoje, estamos agora em uma posição de esperar para ver se o que o Fed fez até hoje é suficiente para alcançar a cobiçada ‘aterragem suave’ (soft landing) nos EUA. Cada dado divulgado a partir de agora será examinado com um pente fino para obter qualquer indicação de novos aumentos de juros ou se chegou a hora de começar a cortá-los”, disse Richard Carter, head de pesquisa de renda fixa da Quilter Cheviot.