Butantan vai estudar efeito da Coronavac em pessoas com comorbidades em Manaus
A capital do Amazonas foi escolhido pois lá predomina a variante P1 do coronavírus, originada na cidade e que é mais transmissível

O Instituto Butantan aplicará a Coronavac em pessoas com comorbidades em Manaus em um estudo clínico para medir os efeitos da vacina contra covid-19 na população com problemas de saúde preexistentes, informou o instituto paulista nesta quarta-feira, 17.

Para o estudo com pessoas do chamado grupo de risco para o coronavírus serão enviadas a partir de quinta-feira 10.156 doses da Coronavac à capital do Amazonas para serem aplicadas em profissionais de educação e da segurança pública da rede estadual, com idade entre 18 e 49 anos. Este grupo, que terá a vacinação antecipada, será acompanhado pela equipe de pesquisadores que participa do estudo.

"O estudo clínico será importantíssimo para responder perguntas científicas que serão válidas para o mundo inteiro sobre o efeito da vacina em pessoas que têm comorbidade", disse o presidente do Butantan, Dimas Covas, segundo comunicado do instituto.

Dez mil pessoas participarão do estudo, sendo que 5 mil receberão a vacina do laboratório chinês Sinovac e 5 mil farão parte do grupo controle. A capital do Amazonas foi escolhido pois lá predomina a variante P1 do coronavírus, originada na cidade e que é mais transmissível.

"As doses da vacina do Butantan a serem utilizadas no estudo foram doadas pelo Instituto e são exclusivas para pesquisa clínica -- ou seja, não fazem parte do total de vacinas a serem fornecidas ao Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde", disse o Butantan, que é responsável pela produção do imunizante no Brasil.

Também nesta quarta o Butantan iniciou a segunda fase do estudo clínico com a Coronavac na cidade de Serrana, no interior de São Paulo. A ideia é vacinar toda a população adulta da cidade com a vacina para medir os efeitos do imunizante na pandemia na cidade.

Na primeira etapa, a primeira dose da vacina foi dada a 27.621 voluntários, o que representa cobertura de 97,3% do total do público-alvo do estudo. As doses usadas no estudo em Serrana também não estão incluídas nas 22,6 milhões que o Butantan entregou até o momento ao Programa Nacional de Imunização (PNI).

(Reuters)

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