A inflação de novembro trouxe alívio para quase todas as faixas de renda, com exceção das famílias mais ricas, de acordo com dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta segunda-feira (16). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, desacelerou para 0,39% no mês, ante 0,56% registrado em outubro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O alívio para as famílias de menor renda foi impulsionado pela queda de 6,3% nas tarifas de energia elétrica, que levou a uma melhora no grupo "habitação". Essa desaceleração fez com que a inflação para as famílias de renda baixa recuasse de 0,75% em outubro para 0,32% em novembro, um movimento positivo mesmo diante da alta de 1,55% nos alimentos, que segue pressionada pelo aumento de 8,02% nos preços das carnes — um item que tem forte impacto no orçamento das classes mais vulneráveis.
Por outro lado, as famílias de renda alta foram mais pressionadas em novembro, com a inflação subindo de 0,27% em outubro para 0,64%. Esse avanço foi influenciado principalmente pelo grupo "transporte", com destaque para o aumento de 22,7% nas passagens aéreas, e pelo grupo "despesas pessoais", que sofreu reajustes nos serviços de recreação e lazer.
O grupo "despesas pessoais" também impactou as classes mais pobres, mas de forma diferente: o aumento de 14,9% nos preços dos cigarros foi um dos principais responsáveis pela pressão inflacionária.
Apesar do cenário de desaceleração para a maioria das famílias, o peso do aumento nos preços dos alimentos, especialmente das carnes, mostra que ainda há desafios no controle da inflação para os consumidores mais vulneráveis. Enquanto isso, as famílias de maior poder aquisitivo continuam sendo impactadas por itens e serviços de custo elevado, como passagens aéreas e atividades de lazer, que têm demonstrado reajustes significativos.
