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A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou sua projeção para o crescimento econômico do Brasil em 2024, elevando-a de 3,2% para 3,3%, conforme boletim divulgado nesta segunda-feira (18). A expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 foi mantida em 2,5%. No entanto, a secretaria ajustou para cima suas estimativas para a inflação, refletindo pressões recentes nos preços.
Revisão da inflação: IPCA acima da meta
A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 foi elevada de 4,25% para 4,40%, enquanto a estimativa para 2025 subiu de 3,4% para 3,6%. Ambos os números estão acima do centro da meta de inflação do Banco Central, fixado em 3%, sendo que a previsão para 2024 se aproxima do teto do intervalo de 4,5%.
Os ajustes refletem uma aceleração nos preços de carnes, leite e derivados, café e o impacto do aumento das tarifas de energia elétrica, que levaram o IPCA a acumular uma alta de 4,76% nos últimos 12 meses até outubro. Apesar disso, a SPE prevê uma desaceleração gradual dos preços até o final deste ano.
Melhora no crescimento impulsionada pelo terceiro trimestre
A revisão para o crescimento do PIB em 2024 foi atribuída a uma melhora na estimativa de crescimento do terceiro trimestre de 2023, que passou de 0,6% para 0,7%. Esse ajuste elevou o chamado "carregamento estatístico" para o crescimento do próximo ano.
A SPE reforçou que o desempenho positivo em setores como serviços e exportações continua a sustentar a economia, mas alerta para a necessidade de atenção às variáveis inflacionárias, que podem impactar o poder de compra das famílias e os custos de produção.
Impacto no planejamento orçamentário
As projeções da SPE são fundamentais para orientar a programação de receitas e despesas orçamentárias do governo, servindo como base para o planejamento fiscal e econômico. As estimativas reforçam a importância de equilibrar políticas de estímulo ao crescimento com ações de controle inflacionário, especialmente em um cenário global de incertezas e pressões sobre os preços.
Com o avanço nas previsões de crescimento, o governo busca sinalizar otimismo em relação ao desempenho econômico do Brasil, ao mesmo tempo em que enfrenta o desafio de conter a inflação e garantir a sustentabilidade fiscal nos próximos anos.