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É importante manter a distância de alguns aplicativos para proteger suas informações no celular. Pacotes de aplicação para Android (APKs) e aplicativos suspeitos em lojas podem deixar o smartphone vulnerável a invasões e malwares. Além disso, alguns programas podem levantar suspeitas por prometerem serviços como ganhar dinheiro, ou por apresentarem períodos de testes abusivos. Confira a seguir oito tipos de aplicativos que você deve evitar no smartphone para sua segurança.
1. APKs craqueados
O Android permite baixar aplicativos de fontes externas além da Play Store, por ser um sistema operacional de código aberto, diferente do iPhone (iOS). Essa brecha permite instalar no celular aplicativos craqueados, que são programas com código modificado — geralmente com o objetivo de fornecer recursos pagos de forma gratuita e ilegal.
Esse tipo de app é compactado em formato APK e é instalado no Android manualmente, sem a intervenção da segurança da Play Store. Aplicativos modificados podem ser adulterados com facilidade por criminosos e, por isso, trazem riscos de segurança, como infectar o celular com malware. É recomendado não baixar e instalar no smartphone aplicativos de fora da Play Store, optando por lojas oficiais ou fontes com boa reputação.
2. Aplicativos suspeitos
É sempre recomendado fazer download de aplicativos nas lojas oficiais, mas até mesmo a App Store e a Play Store podem conter vírus. Apesar do iOS ser mais seguro que o Android graças à política da Apple que impede a instalação de aplicativos de fontes externas, ainda existem aplicativos maliciosos na App Store. A principal ameaça flagrada em ambas as lojas são adwares, programas maliciosos que exibem anúncios em excesso sem a permissão do usuário.
Para diminuir as chances de baixar aplicativos infectados, é preciso prestar atenção em alguns pontos:
- Não baixe aplicativos não-verificados;
- Leia a descrição do app;
- Fique de olho nas avaliações de outros usuários;
- Delete aplicativos pouco usados com frequência;
- Cheque o uso de dados do aplicativo;
- Proteja seu smartphone com antivírus.
3. Aplicativos com período de testes abusivo
Fleecewares são aplicativos com funções simples (como edição de fotos e jogos) que, à primeira vista, se comportam como qualquer outro. No primeiro acesso, eles oferecem um período de teste grátis que libera funções extras do app para uso. Só que findado o prazo de gratuidade, o aplicativo cobra o pagamento de uma assinatura cara. O fleeceware se aproveita do usuário que esquece de cancelar o cadastro antes do fim dos testes, lucrando com as cobranças abusivas.
Em março, 204 aplicativos maliciosos desse tipo foram descobertos tanto na App Store quanto na Google Play Store. Juntos, foram baixados mais de 1 bilhão de vezes, causando um prejuízo de US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,2 bilhões) aos usuários.
4. Antivírus de desenvolvedores suspeitos
O debate sobre a instalação de antivírus ser realmente necessária em celulares não tem uma resposta certa. Muitos defendem que não é preciso baixar softwares do tipo em iPhones devido às proteções de fábrica da Apple, por exemplo. Apesar de não haver consenso, é importante considerar a quantidade de informações a que um antivírus tem acesso na hora de baixá-lo.
Mesmo sendo um software de segurança, ele requer autorização a muitos dados do usuário, então fique atento a antivírus desconhecidos. Eles podem ser prejudiciais e esconder intenções maliciosas com a desculpa de proteger o smartphone. Opte por baixar antivírus de fabricantes famosas do mercado, e confira as avaliações do aplicativo antes de realizar o download.
5. Aplicativos para ganhar dinheiro
Aplicativos para ganhar dinheiro são populares com a premissa de recompensar o usuário com créditos ao responder pesquisas, jogar games, avaliar plataformas online, completar determinadas tarefas, assistir a vídeos ou testar outros apps. Os prêmios podem ser diversos, como pagamento via PayPal, distribuição de moedas para converter em vales ou crédito em lojas online da Amazon e iTunes, por exemplo.
Porém, os apps apresentam riscos ao usuário, porque eles podem ter acesso a informações usadas para rastreamento, como localização e acesso à câmera e ao microfone do celular. Portanto, fique atento a aplicativos que solicitam dados como números de cartões de crédito ou de contas bancárias para realizar os pagamentos. Evite se cadastrar em plataformas que cobram taxas, já que pode ser um golpe.
6. Aplicativos que prometem liberar memória
Aplicativos que alegam liberar memória do dispositivo do usuário geralmente funcionam a partir de sugestões genéricas que seriam capazes de acelerar o celular, como remover aplicativos pouco utilizados. Esses próprios apps de limpeza usam memória para desativar o funcionamento em segundo plano de outros programas, então o recomendado é que o usuário manualmente desabilite os apps não essenciais, sem recorrer a soluções de terceiros para isso.
7. Aplicativos de monitoramento de ciclo
Aplicativos para monitoramento de ciclo menstrual demandam a coleta de uma grande quantidade de informações de caráter pessoal, como medicação, métodos contraceptivos, dificuldade de atingir um orgasmo, infecções e frequência com que faz sexo ou vai ao ginecologista. A questão é que essas informações extremamente pessoais podem ser armazenadas desnecessariamente pelos aplicativos.
Os apps de ciclo menstrual podem utilizar os dados para melhorar os anúncios direcionados às mulheres, ou vendê-los para empresas farmacêuticas. Então é importante verificar as políticas de privacidade praticadas pelo aplicativo antes de baixá-lo, e avaliar se os dados requeridos pelo programa são realmente necessários.
8. Aplicativos com funções já presentes no celular
Ao cogitar baixar aplicativos que fornecem serviços ofertados pelas configurações de fábrica do smartphone — lanternas, teclados, meteorologia etc —, opte pelos aplicativos já instalados no celular. Os programas de terceiros podem terminar solicitando permissões de uso bastante invasivas, como acesso à localização e à lista de contatos do usuário desnecessariamente.
(Fernanda Lutfi)