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Após o Banco Central manter a taxa Selic em 10,50%, analistas consultados pelo portal Boletim Nacional avaliam como a Bolsa, o dólar e os juros devem reagir à decisão.
Alexandre Mathias, economista-chefe da Monte Bravo Corretora, afirmou que a decisão "é uma indicação que os juros ficarão estáveis até que haja convergência, o que sugere juros estáveis até o final de 2024. Na introdução do cenário alternativo, de Selic estável até o final de 2025, o Copom indica que a inflação converge para a meta em 2025, o que implica que a projeção de inflação para 2026 deve estar abaixo da meta. Assim, a partir da próxima reunião, quando esses números devem aparecer na comunicação, teremos um termômetro para aferir a qualidade da convergência e a possibilidade de cortes em 2025." Sobre o Ibovespa, Alexandre Mathias afirma que a decisão deve ajudar o índice a se manter acima dos 120.000 pontos no curto prazo e com potencial de alta mais forte caso as medidas fiscais sejam críveis.
Já em relação ao dólar, o economista-chefe da Monte Bravo Corretora destaca que o real depreciou a incerteza fiscal e as dúvidas sobre o BC. "A decisão ajuda a reduzir o risco de uma inflação muito mais alta e, portanto, deve ajudar a estabilizar a moeda."
Everton Gonçalves, diretor de Economia, Regulação e Produtos da ABBC afirmou que "a decisão mostra-se a mais congruente com o processo de retomada de confiança na política monetária para alcançar os objetivos de reancoragem das expectativas e convergência da inflação à meta dentro do horizonte de tempo relevante para a política monetária, que inclui o ano de 2025. Podendo ajudar a amenizar a volatilidade do mercado, corrobora para sustentar o aperto das condições financeiras já precificado na estrutura a termo da taxa de juros."
Felipe Rodrigo de Oliveira, economista MAG Investimentos, disse ao Boletim Nacional que "conforme esperado, o Copom manteve a taxa Selic em 10,50%. Destaque para a decisão unânime, outro ponto que era motivo de atenção pelos agentes. Novamente, o comitê citou que a conjuntura atual, com processo desinflacionário mais lento, ampliação da desancoragem das expectativas de inflação e cenário global desafiador, demanda uma condução serena e moderada da política monetária. Ressaltou também a manutenção da política monetária em território contracionista “por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. Por fim, cabe mencionar a existência de um cenário alternativo, onde a taxa Selic é mantida constante até o final de 2025, que resulta numa projeção de IPCA de 4,0% em 2024 e 3,1% em 2025. Com o exposto no comunicado, reforçamos o nosso cenário de taxa Selic parada em 10,50% até o final do ano."
Já Gilberto Braga, professor de Economia do Ibmec Rio de Janeiro destacou que "a decisão do Copom de manter a taxa em 10,5%, confirma as expectativas do mercado, que em sua quase totalidade, apostava nessa posição. Mas de certa maneira, surpreende pela unanimidade. O mercado não tinha necessariamente convicção de que haveria um placar da maneira que foi. Esperava-se que pelo menos alguns dos membros indicados pelo governo Lula ainda votassem por uma queda de 0,25 pontos percentuais, o que acabou não ocorrendo. A decisão do Copom, no certo sentido, confirma a percepção de que o presidente Lula está, de certa maneira, mal informado sobre o comportamento da economia brasileira. E se não é uma decisão que o mercado gosta, é uma decisão que o mercado entende como necessária e ao mesmo tempo que deve fortalecer a posição do ministro Fernando Haddad nas discussões sobre corte de gastos e o atingimento de meta fiscal."