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O Brasil ultrapassou a marca de 190 gigawatts (GW) na capacidade instalada centralizada na matriz elétrica conectada ao Sistema Interligado Nacional para uso da população. É o que anunciou, este mês, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Desse total, 103,2 GW de energia vieram das usinas hidrelétricas de grande porte. Em seguida vêm as termelétricas (46,15 GW) e usinas eólicas (24,92 GW). O crescimento em 2023 já superou 2 GW, sendo 1,14 GW de usinas eólicas.
Para a Aneel, os resultados obtidos fazem parte do cenário de expansão da geração de energia por fontes renováveis. Também foram destaque no mesmo período as usinas solares fotovoltaicas com aumento de 580 megawatts (MW) na matriz. As termelétricas tiveram ampliação de 269,7 MW. Entre os estados que se destacaram estão o Rio Grande do Norte, com expansão 579,6 MW no bimestre; Minas Gerais, com 494 MW; e Bahia, com 347,9 MW.
O crescimento das fontes renováveis de energia no país também é reflexo da adoção por parte de alguns consumidores da energia solar fotovoltaica. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), essa modalidade de energia representa 11,6% da matriz energética brasileira.
Um dos consumidores que adotaram a energia solar foi César Santos, de 44 anos, morador de Independência, no Ceará. O servidor público diz que o motivo para ter adotado a energia solar foi a preocupação com o meio ambiente, além da redução no custo da energia elétrica.
“O que me fez colocar na minha residência, primeiro, por ser uma energia renovável, uma energia sustentável em que podemos contribuir com o meio ambiente. Segundo pela taxação, do que podemos pagar, o preço/custo, porque tivemos uma economia de energia de até 90%”, afirma César Santos.
Mercado livre de energia
Um projeto de lei (PL 414/2021),que tramita no Congresso Nacional, prevê baratear o custo da energia elétrica para os consumidores a partir da adoção do mercado livre de energia, estabelecendo o novo marco do setor elétrico. Atualmente, os consumidores pequenos de eletricidade só podem comprar energia de distribuidoras e geradoras locais.
O objetivo do novo marco do setor elétrico é expandir a possibilidade de escolha para o consumidor comum, sem levar em consideração a carga e tensão utilizadas, aumentando a concorrência e reduzindo o custo da energia. Para o deputado federal Domingos Sávio (PL-MG), a proposta é importante para que o país evolua no tema, mas é preciso um planejamento para que o mercado livre seja adotado no Brasil.
“Nós precisamos fazer um esforço grande no Brasil para facilitar a vida de quem quer produzir energia limpa e renovável, e buscarmos um mecanismo que possa abrir o mercado, além de estabelecer mais liberdade para o consumidor. Eu acredito que é a única maneira da gente reduzir de fato o custo da energia no Brasil, que é uma das mais caras do mundo”, diz o parlamentar.
O PL 414/2021 já foi aprovado no Senado e está em tramitação na Câmara dos Deputados, onde aguarda criação de comissão temporária para discutir a proposta.