Brasil precisa de superávit de 2,4% para conter alta da dívida pública, alerta IFI
Segundo Marcus Pestana, diretor-executivo da IFI, o agravamento da dívida pública ocorre em um ritmo mais acelerado do que as projeções do mercado e do Tesouro Nacional

A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado divulgou, no Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF), que o Brasil precisa registrar superávits primários de 2,4% ao ano para estabilizar a relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB). Sem essas medidas, a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) deve crescer de 78,3% do PIB em 2024 para 91% em 2027, ultrapassando 100% em 2030 e alcançando 116,3% em 2034.

Trajetória preocupante

Segundo Marcus Pestana, diretor-executivo da IFI, o agravamento da dívida pública ocorre em um ritmo mais acelerado do que as projeções do mercado e do Tesouro Nacional. Apesar das dificuldades, ele destacou avanços institucionais como a reforma tributária e o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, que podem trazer melhorias no médio e longo prazo.

Receitas superestimadas e gastos elevados

A IFI aponta que as receitas extraordinárias previstas na Lei Orçamentária Anual de 2025 (R$ 72 bilhões) são superestimadas e dependem de aprovação legislativa. O relatório projeta despesas primárias em torno de 19% do PIB até 2034, sem considerar possíveis economias com o pacote de corte de gastos que está em análise no Congresso.

Medidas insuficientes

As ações propostas pelo governo para conter despesas foram consideradas insuficientes pela IFI para alcançar o superávit necessário. O alerta reforça a necessidade de ajustes fiscais mais robustos para garantir a sustentabilidade da dívida pública e restaurar a confiança dos investidores. (Com Agência Senado)

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