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A recente alta nos juros no Brasil reflete a deterioração dos preços dos ativos e as sinalizações do Banco Central (BC) de que a Selic pode ultrapassar 14% para conter a inflação. Segundo o Valor Data, os juros reais (descontada a inflação) atingiram 9,52% na última sexta-feira, o maior nível desde outubro de 2008, chegando a um pico de 10,20% dias antes.
A alta do dólar e a desancoragem das expectativas de inflação pressionam a política monetária. O Relatório Focus desta segunda-feira (23) mostrou que a mediana da Selic prevista para 2025 subiu para 14,75%, enquanto o IPCA projetado avançou para 4,84%, acima do teto da meta de 4,5%. O dólar é estimado em R$ 5,90, e o PIB, em 2,02%.
O Banco Central já admite um possível estouro da meta de inflação para 2024, projetando uma taxa de 4,9%, acima da meta de 3%. A inflação é impactada pela depreciação cambial, forte crescimento econômico e fatores climáticos. Em janeiro, o BC divulgará uma carta aberta detalhando o não cumprimento da meta, com novas regras de avaliação entrando em vigor em 2025.