Às vezes, o preço do Bitcoin pode saltar ou cair repentinamente sem aviso prévio. E, em muitos casos, isso se deve a eventos macroeconômicos e globais fora do controle do BTC – e não a sentimentos diretamente relacionados à própria criptomoeda.
Aqui, exploraremos os dados e desenvolvimentos que podem ter uma influência descomunal no desempenho do ativo digital.
Inflação
Depois de o custo de vida nos EUA, no Reino Unido e noutros países ter atingido os máximos dos últimos 40 anos, a inflação tornou-se um barómetro da saúde observado de perto nas principais economias.
Entidades como a Reserva Federal e o Banco de Inglaterra têm uma meta há muito estabelecida de 2% para o Índice de Preços no Consumidor, mas isto saiu pela janela após a pandemia do coronavírus.
O IPC americano atingiu impressionantes 9,1% em junho de 2022 – e na Grã-Bretanha, máximos de dois dígitos de 11,1% foram registrados em outubro daquele ano. Os banqueiros centrais de ambos os países admitiram que a inflação se revelou persistente e difícil de controlar.
Os Bitcoiners muitas vezes gostam de se referir à inflação do dólar e da libra como um ladrão invisível por causa de como ela corrói o poder de compra – e apontam para o fato de que o BTC tem um suprimento fixo de 21 milhões de moedas.
Por esse motivo, você pode pensar que leituras de CPI piores do que o esperado serviriam como boas notícias para o preço do Bitcoin e aumentariam a demanda por esse ativo digital.
Mas muitas vezes, o oposto provou ser verdadeiro.
Um exemplo clássico disso ocorreu em maio de 2024, quando o IPC atingiu 3,4% – menos do que o esperado pelos analistas.
Nas quatro horas após a divulgação dos dados, o Bitcoin subiu de US$ 62.650 para US$ 65.000, um aumento considerável de 3,8%. Wall Street também subiu para máximos históricos.
E isso nos leva ao motivo deste pequeno comício.
Taxa de juros
Quando o Bitcoin foi lançado em janeiro de 2009 – uma criptomoeda que foi projetada como um protesto à forma como a crise financeira global de 2007/08 foi tratada – a taxa de juros do Fed era de 0,25%, níveis mínimos que não haviam sido vistos em nenhum momento nos últimos 40 anos. anos.
Permaneceram nessa situação durante cerca de seis anos, antes de começarem a subir ligeiramente à medida que aumentava a confiança na recuperação da recessão. Então aconteceu a pandemia do coronavírus e eles foram reduzidos para 0,25% mais uma vez.
Os críticos dizem que isto inaugurou uma era de dinheiro grátis – até porque reduziu o custo dos empréstimos. Os consumidores foram incentivados a gastar, especialmente considerando que os retornos nas contas de poupança teriam sido, no mínimo, mornos. Mas à medida que a inflação aumentava a uma velocidade alarmante, os bancos centrais precisavam de pisar no travão e aumentar rapidamente as taxas de juro para o nível actual de 5,5%, um máximo não visto desde 2001.
Infelizmente, as taxas de juros elevadas tendem a ser uma má notícia para o Bitcoin. Isto acontece porque diminui o apetite por activos mais arriscados, uma vez que os investidores podem obter retornos bastante saudáveis sobre o seu dinheiro depositando-o em contas poupança ou obrigações.
Há meses e meses, tem havido uma expectativa crescente de que o Fed finalmente agirá para cortar as taxas de juros – e os analistas acreditam que isso poderia ser um catalisador para o Bitcoin. Em março de 2024, uma nota dos estrategistas do Deutsche Bank dizia:
“Mais investidores provavelmente procurarão ativos alternativos de maior rendimento à medida que os retornos do Tesouro diminuem. Este fluxo de capital para classes de investimento não tradicionais, como criptomoedas, poderia apoiar ainda mais uma recuperação contínua nos preços das moedas digitais", afirmou Marion Labouré e Cassidy Ainsworth-Grace.
O mercado de açoes
Às vezes, tem havido uma estreita correlação entre o Bitcoin e os principais índices, como o S&P 500 ou o Nasdaq 100, de alta tecnologia.
E você poderia argumentar que isso se aproximará ainda mais agora que os fundos negociados em bolsa baseados no preço à vista do BTC estão em operação nos mercados dos EUA – permitindo que os investidores institucionais ganhem exposição às flutuações de preços da principal criptomoeda sem possuí-la diretamente.
Quando se trata de eventos globais que podem influenciar o valor do Bitcoin, a agitação no Oriente Médio provou ter um efeito dramático sobre o BTC várias vezes nos últimos meses.
Um desses declínios foi observado em meados de Abril, quando foi anunciado que o Irão tinha lançado um ataque com drones e mísseis contra Israel. O Bitcoin caiu de US$ 70.000 para US$ 62.000 em questão de horas enquanto o mercado digeria a notícia, mas se recuperou rapidamente.
Houve outra queda alguns dias depois, quando Israel retaliou, em meio a temores de que o conflito existente na região pudesse se agravar.
Embora existam fatores específicos que podem impulsionar o Bitcoin – incluindo o entusiasmo em torno das metades, notícias de adoção do Estado-nação ou aceleração além dos preços psicologicamente significativos – não há como negar que a sorte do BTC também pode depender da economia baseada no dólar que foi projetada para oferecer alternativa.
