Em um dia de agenda econômica mais tranquila no Brasil, os dados da balança comercial ganham relevância e apontam para um superávit de aproximadamente US$ 6 bilhões em agosto, uma redução significativa em comparação ao mesmo mês do ano passado, quando o saldo foi de US$ 9,6 bilhões. O principal fator por trás dessa queda é o aumento expressivo das importações, que, segundo o BTG Pactual, devem crescer 15% em relação ao ano anterior.
Conforme análise de Álvaro Frasson e sua equipe no BTG, as importações de bens intermediários e bens de capital continuam em alta e atingem um patamar recorde para o mês na série histórica. Esse crescimento nas importações pressiona o saldo da balança comercial, enquanto as exportações apresentam apenas uma leve queda.
No acumulado dos últimos 12 meses até agosto, o superávit comercial deve atingir US$ 92 bilhões, valor que está alinhado com a projeção do BTG para 2024, que prevê um saldo anual de US$ 90 bilhões. Embora esses números mostrem uma saúde moderada do comércio exterior brasileiro, o cenário atual reflete desafios globais que impactam o setor de exportação, enquanto as necessidades internas continuam a impulsionar as compras de bens de fora do país.
Com a divulgação oficial dos números das contas externas programada para as 15h (horário de Brasília), o mercado financeiro deve se manter atento ao cenário internacional. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, tende a acompanhar o comportamento das bolsas globais, que operam sem uma direção clara nesta manhã.
Internacionalmente, o foco dos investidores está nos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos. Hoje, serão divulgados o relatório da Automatic Data Processing (ADP) e os pedidos iniciais de seguro-desemprego. Esses indicadores são aguardados com expectativa, sobretudo após o relatório Jolts de ontem, que mostrou uma queda mais acentuada nas vagas de trabalho em julho, totalizando 7,7 milhões.
Na Europa, os dados do PMI de construção de agosto da Alemanha, do Reino Unido e da Zona do Euro foram divulgados pela manhã, além das vendas no varejo de julho na região do euro, sinalizando uma desaceleração econômica que pode repercutir nos mercados ao longo do dia.
Essa movimentação global e o aumento das importações no Brasil refletem uma conjuntura econômica em que as cadeias globais de suprimentos ainda buscam se estabilizar, enquanto os investidores aguardam sinais mais claros sobre o futuro das políticas monetárias e fiscais das principais economias.
Confira os mercados na manhã desta quinta-feira (5)
Bolsas asiáticas
- Tóquio/Nikkei: -1,05%
- Hong Kong/Hang Seng: -0,07%
- China/Xangai: +0,14%
Bolsas europeias (mercado aberto)
- Londres/FTSE100: +0,03%
- Frankfurt/DAX: -0,08%
- Paris/CAC 40: -0,61%
Wall Street (mercado futuro)
- Nasdaq: -0,24%
- S&P 500: -0,03%
- Dow Jones: +0,04%
Commodities
- Petróleo/WTI: +1,07%, a US$ 69,94 o barril
- Petróleo/Brent: +1,11%, a US$ 73,51 o barril
Criptomoedas
- Bitcoin (BTC): +0,12%, a US$ 57.043,0
- Ethereum (ETH): -0,20%, a US$ 2.397,86
