Criação de empregos formais em 2023 cai quase 30% em relação a 2022
O setor de serviços foi o que mais gerou empregos, com um saldo de 886 mil vagas, seguido pelo comércio, com 277 mil vagas

O mercado de trabalho formal brasileiro fechou 2023 com a criação de 1,48 milhão de empregos, o que representa uma queda de 27% em relação ao ano anterior. O estoque de empregos formais no país alcançou 43,9 milhões de postos de trabalho.

O setor de serviços foi o que mais gerou empregos, com um saldo de 886 mil vagas, seguido pelo comércio, com 277 mil vagas, e pela construção civil, com 159 mil vagas. A indústria e a agropecuária também registraram crescimento, com 127 mil e 35 mil vagas, respectivamente.

Em dezembro, o mercado de trabalho formal registrou um saldo negativo de 430 mil vagas, devido ao ajuste sazonal. No acumulado do ano, o saldo foi de 1,48 milhão de vagas, resultado de 23,3 milhões de admissões e 21,8 milhões de desligamentos.

Análise

A queda no ritmo de geração de empregos formais em 2023 foi resultado de uma série de fatores, incluindo a alta da inflação, a taxa de juros elevada e a desvalorização do real. Apesar disso, o mercado de trabalho formal brasileiro ainda conseguiu gerar empregos em um ano marcado por desafios econômicos.

O setor de serviços foi o destaque na criação de empregos, impulsionado pelo crescimento da atividade econômica e pelo aumento da demanda por serviços de tecnologia, saúde e educação. O comércio também registrou crescimento, beneficiado pela recuperação do consumo das famílias. A construção civil, por sua vez, foi beneficiada pela retomada dos investimentos públicos e privados.

A indústria e a agropecuária também registraram crescimento, mas em ritmo mais lento. A indústria foi afetada pela alta dos custos de produção e pela concorrência internacional. A agropecuária, por sua vez, foi afetada pela seca e pela alta dos custos de insumos.

Perspectivas

Para 2024, as perspectivas para o mercado de trabalho formal brasileiro são de crescimento moderado. A expectativa é que a inflação comece a cair, o que deve levar a uma redução da taxa de juros. Além disso, a recuperação da economia mundial deve beneficiar as exportações brasileiras, o que deve gerar mais empregos no setor industrial.

São Paulo na liderança

Nas 27 Unidades Federativas ocorreram saldos positivos, com destaque para São Paulo (390.719 postos, +3%), Rio de Janeiro (160.570 postos, +4,7%) e Minas Gerais (140.836 postos, +3,2%).

Nas regiões, as maiores gerações ocorreram no Sudeste, (726.327), Nordeste (298.188) e Sul (197.659). O maior crescimento, porém, foi verificado no Nordeste, 5,2%, com geração de 106.375 postos no ano.

Destaque no Nordeste

Os dados divulgados pelo MTE mostram também que a geração de empregos foi distribuída entre homens (840.740 postos) e mulheres (642.892 postos). Para a população com deficiência, o saldo foi de 6.388 postos de trabalho, um crescimento de 40,1% em relação ao de 2022.

No quesito raça/cor houve uma grande evolução do número de declarações preenchidas ao longo de 2023. A maior geração de vagas no ano foi para pardos (+682.072), seguido por pretos (+136.934), brancos (+135.441), amarelos (+42.391) e indígenas (+1.539).

Salário médio maior

O salário médio real de admissão em dezembro foi de R$ 2.026,33, apresentando redução de R$ 6,52 quando comparado ao valor corrigido de novembro (R$ 2.032,85). Em comparação ao mesmo mês do ano anterior, o que desconta mudanças decorrentes da sazonalidade do mês, o ganho real foi de R$ 40,17 (+2,0%).

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