As fintechs de pagamentos e carteiras digitais estão evoluindo e se transformando em contas globais, oferecendo aos brasileiros a possibilidade de movimentar dinheiro em moedas estrangeiras com facilidade. Empresas como Nomad e Wise agora permitem que seus clientes façam transferências, paguem compras, consumam em outras moedas e até invistam no exterior. O sucesso dessas contas tem sido tão significativo que bancos tradicionais também começaram a oferecer opções semelhantes, como o C6 Bank e a My Account, lançada há pouco mais de um ano.
“Nosso objetivo foi criar uma facilidade de acesso a contas para brasileiros que viajam para os Estados Unidos”, explica Lucas Vargas, CEO da Nomad, fintech de conta global lançada em novembro de 2020. “Com a pandemia de covid-19, acabamos acelerando o lançamento de produtos.” De acordo com Vargas, a Nomad encerrou 2023 com 1,3 milhão de clientes que emitiram cartão. Em junho deste ano, esse número já havia aumentado para 1,8 milhão. “Nossa meta é dobrar o volume do final do ano passado até o final deste ano.”
O C6 Bank, banco digital que começou a operar em 2019, lançou sua conta global logo após seu início de atividades. Com mais de 30 milhões de clientes, o banco não divulga quantos possuem contas internacionais. Maxnaun Gutierrez, diretor de produtos do C6 Bank, afirma que o principal objetivo dos clientes com contas globais é viajar. “Temos também a conta ‘global invest’, em que o cliente pode escolher aplicações no exterior, tanto em renda fixa, fundos e ações.”
Gutierrez destaca que muitos clientes enviam recursos para a conta global como parte de um planejamento para viagens futuras. Atento a essa demanda, o C6 Bank recentemente lançou um produto chamado “câmbio programado”, que permite ao cliente escolher a taxa de conversão que deseja pagar, com o sistema realizando automaticamente a operação quando a moeda atingir o valor estabelecido.
