Os fundos de investimento brasileiros encerraram 2024 com captação líquida de R$ 60,7 bilhões, registrando um crescimento de 10,1% no patrimônio líquido, que atingiu R$ 9,2 trilhões – o maior da história. Segundo a Anbima, a renda fixa liderou as captações, somando R$ 243 bilhões, com destaque para os FIDCs (R$ 113,5 bilhões), fundos de previdência (R$ 34,7 bilhões) e FIPs (R$ 34,6 bilhões).
Tendências no mercado
O mercado brasileiro encerrou o ano com 31.761 fundos (+2,7%) e 1.037 gestores (+4,4%). A renda fixa se destacou pela migração de títulos públicos (43,9% do patrimônio) para crédito privado (16,4%), impulsionada por juros altos e demanda por debêntures incentivadas, cujo patrimônio líquido cresceu de R$ 68,4 bilhões para R$ 186,4 bilhões.
Desafios para multimercados e fundos de ações
Multimercados registraram resgate líquido de R$ 356,7 bilhões, refletindo performance abaixo do CDI, enquanto fundos de ações enfrentaram perdas com a queda de 10,4% do Ibovespa, tendo as small caps o pior desempenho (-22%). Apesar das dificuldades, a Anbima prevê possível recuperação desses segmentos em 2025, condicionada à melhora na previsibilidade econômica e estabilização da performance.
Mudanças no perfil dos investidores
O aumento de fundos voltados ao crédito privado e debêntures incentivadas reflete uma resposta ao cenário de juros elevados, com gestores lançando novas estratégias para atender à demanda crescente. Esses produtos se destacaram como alternativas mais resilientes em um ano desafiador para outras classes de ativos.