Gabriel Galípolo defende posição sobre meta inflacionária e câmbio flutuante
A posição de Galípolo sinaliza continuidade na estratégia atual do Banco Central, com foco no controle da inflação e manutenção de uma política cambial flutuante

Nesta segunda-feira (14), o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reafirmou sua posição de que o Banco Central não deve participar da votação para definir a meta inflacionária, que é estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Essa visão já havia sido defendida pelo atual comando da instituição e reiterada pelo diretor do BC durante sua sabatina no Senado.

O CMN, presidido pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad e composto também pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, decidiu em junho deste ano que o Banco Central deve perseguir a meta inflacionária de forma contínua, e não mais anual. A meta atual é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Nos últimos 12 meses, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulou 4,42%, aproximando-se do limite superior da meta de tolerância.

"O BC vai seguir fazendo o que é necessário para cumprir a meta", disse Galípolo durante um evento do Itaú BBA em São Paulo. Ele atribuiu a recente alta dos preços a fatores como adversidades climáticas, a força do mercado de trabalho e a desvalorização do real em relação ao dólar.

Defesa do câmbio flutuante

Durante sua fala, Galípolo destacou a importância de manter o câmbio flutuante, afirmando que essa política permite que o real absorva melhor os choques econômicos externos. A atual gestão do Banco Central se distingue pela baixa intervenção no câmbio, permitindo que o mercado determine a taxa de câmbio, exceto em momentos de extrema volatilidade.

Um exemplo recente de intervenção foi no final de agosto e início de setembro, quando o Banco Central realizou leilões adicionais de contratos de swap cambial para conter a alta do dólar, que chegou a beirar os R$ 5,70 durante os pregões.

Continuidade na política monetária

A posição de Galípolo sinaliza continuidade na estratégia atual do Banco Central, com foco no controle da inflação e manutenção de uma política cambial flutuante. Essa postura tem sido central para a política monetária brasileira, especialmente em um cenário global de instabilidade econômica.

redacao
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