Petrobras é acionada pela Sete Brasil em disputa judicial bilionária
De acordo com a petição inicial apresentada à Justiça, a Sete Brasil atribui à causa o valor de R$ 36 bilhões

A Petrobras foi formalmente citada em uma ação judicial movida pela Sete Brasil Participações S.A. e suas subsidiárias de propósito específico (SPEs), em que a empresa busca uma indenização referente a prejuízos supostamente decorrentes do chamado “Projeto Sondas”. De acordo com a petição inicial apresentada à Justiça, a Sete Brasil atribui à causa o valor de R$ 36 bilhões, que representa, segundo ela, o montante de perdas acumuladas em virtude de decisões e condutas que teriam sido adotadas pela estatal durante a execução do projeto.

O “Projeto Sondas” foi concebido como parte da estratégia de fortalecimento da cadeia produtiva de petróleo e gás no Brasil, com foco na construção de sondas de perfuração para exploração do pré-sal. A Sete Brasil foi criada em 2010 justamente para gerir contratos com estaleiros e fornecedores, contando com a Petrobras como principal contratante. Entretanto, os contratos foram impactados por atrasos, denúncias de corrupção investigadas pela Operação Lava Jato, e entraves financeiros, culminando em um processo de recuperação judicial da Sete Brasil, iniciado em 2016.

Em comunicado oficial divulgado após a citação, a Petrobras afirmou que considera as alegações feitas pela Sete Brasil como improcedentes e que não reconhece qualquer responsabilidade pelos prejuízos alegados. A estatal informou ainda que adotará todas as medidas cabíveis para se defender no processo, tão logo seja iniciado o prazo legal para apresentação da contestação, o que ainda não ocorreu. A companhia destacou que irá atuar de forma “firme” na defesa de seus interesses e dos seus investidores.

A Petrobras também assegurou que o ajuizamento da ação judicial não terá impacto nos resultados financeiros do segundo trimestre de 2025, mantendo sua posição de que a ação não gera, neste momento, obrigação ou provisão contábil. A empresa afirmou que continuará acompanhando o desenrolar do processo judicial e comunicará ao mercado eventuais desdobramentos relevantes, conforme exigido pelas normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O caso reacende antigos atritos entre a Petrobras e a Sete Brasil, cujo relacionamento, inicialmente promissor, desandou em meio a escândalos de corrupção, paralisação de obras e questionamentos sobre a viabilidade econômica dos contratos firmados. 

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