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O Brasil está experimentando um aumento sem precedentes no número de investidores em criptomoedas. De acordo com dados divulgados pela Receita Federal na segunda-feira (25), em julho deste ano, 4,1 milhões de indivíduos declararam realizar operações com ativos digitais. Esse número é 22 vezes maior do que o registrado em agosto de 2019, quando o órgão começou a registrar as transações envolvendo criptomoedas feitas por cidadãos brasileiros, e quase o triplo do montante reportado em julho de 2022, que era de 1,5 milhão de pessoas.
Além disso, ao longo do mês de julho, 92.105 empresas também comunicaram suas movimentações envolvendo ativos digitais, um aumento de 39 vezes em relação à metade de 2019 e mais de duas vezes superior ao mesmo período do ano anterior.
Essa crescente atividade no mercado de criptomoedas resultou em um total de R$ 18 bilhões relatados nas declarações de imposto de renda durante o mês de julho. Vale ressaltar que a stablecoin Tether (USDT) continua sendo a criptomoeda mais utilizada no país, com pessoas físicas e jurídicas relatando R$ 15,3 bilhões em operações exclusivamente com essa moeda digital durante o mesmo período.
A preferência crescente pela moeda digital também é atribuída ao seu uso em atividades fraudulentas, particularmente para a transferência não declarada de dólares para o exterior, o que é conhecido como "cripto-cabo".
Em um cenário reconhecido como um desafio pela Receita Federal, os ativos digitais estão sendo cada vez mais adotados como uma forma de pagamento para o contrabando em estabelecimentos comerciais na região da 25 de Março, em São Paulo, utilizando serviços de balcão conhecidos como OTCs.
Além da USDT, outras 58 criptomoedas foram utilizadas pelos brasileiros em julho, com as principais sendo as seguintes: USD Coin (USDC), com um montante de R$ 838 milhões movimentados; Bitcoin (BTC), com R$ 737 milhões; Brazilian Digital Token (BRZ), que registrou R$ 641 milhões; e Ethereum (ETH), com R$ 150,8 milhões declarados.