Os irmãos Welbert Richard e Weverton Viana Marinho são acusados de usarem cinco empresas em nome de laranjas para lavarem dinheiro

A Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), deflagrou, nas primeiras horas desta quinta-feira (2), operação para desarticular uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro.

Entre os alvos estão os irmãos Welbert Richard Viana Marinho e Weverton Viana Marinho, conhecidos por terem criado e gerenciado a moeda virtual Kriptacoin. Ambos participaram do golpe que faturou R$ 250 milhões no esquema da pirâmide, deixando cerca de 40 mil pessoas no prejuízo.

Ao todo, a Corf cumpre seis mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão, em Águas Claras, Guará, Vicente Pires, Taguatinga, Ceilândia, e Cruzeiro, além da cidade catarinense de Balneário Camboriú. O bando é acusado de usar pelo menos cinco empresas em nomes de familiares e de terceiros, para lavar dinheiro de origem ilícita.

Empregada doméstica

De acordo com as investigações, uma mulher que trabalha como empregada doméstica foi escolhida para figurar como sócia proprietária de uma das empresas usadas no esquema criminoso.

 Os testas de ferro, mesmo sem capacidade financeira para operacionalizar grandes negócios, também realizavam transferências de valores entre si para ocultar a movimentação e a propriedade de bens de origem ilegal.

Os proprietários reais do dinheiro e das empresas seriam justamente os irmão Welbert Richard e Weverton. Os negócios envolvem uma construtora, holding, hotel e financeira, dentre outras. A exemplo da época em que faturaram milhões com o golpe da Kriptacoin, os suspeitos permanecem nas redes sociais ostentado uma vida de luxo e glamour, a bordos de carrões superesportivos e iates.

O objetivo é atrair clientes e investidores que comprem apartamentos em prédios erguidos por uma construtora ligada aos irmãos. De acordo com a PCDF, as propriedades não possuem escritura e não contam com alvará. Os imóveis foram erguidos em Vicente Pires e na Colônia Agrícola Samambaia. O grupo também se articula para vender cotas de um hotel e empreendimentos de altíssimo padrão no litoral de Santa Catarina.

Os presos na Operação Fênix responderão por crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e falsidade ideológica, cujas penas podem ultrapassar 18 anos de reclusão

Kriptacoin

Os suspeitos criaram a moeda virtual no fim de 2016 e, a partir de janeiro de 2017, passaram a convencer investidores a aplicar dinheiro na Kriptacoin. De acordo com as investigações, a organização criminosa atuava por meio de laranjas, com nomes e documentos falsos.

O negócio, que funcionava em esquema de pirâmide, visava apenas a encher o bolso dos investigados, conforme o MPDFT, alguns deles com diversas passagens pela polícia por uma série de crimes. Entre eles, estelionato.

Os irmãos não tinham nomes publicados no site da empresa nem constavam como sócios nos dados da Receita Federal, mas se apresentam como presidentes do grupo.

Na ocasião, durante um mês, o portal Metrópoles acompanhou as atividades da Kriptacoin e também apurou denúncias contra os presidentes e outros integrantes do esquema. Na apresentação do plano de compensação, eles ofereciam aos potenciais clientes participação nos valores de R$ 1 mil, R$ 3 mil e R$ 21 mil, com 1% de ganho por dia, independentemente do crescimento da moeda.

O maior foco era dado à indicação de novos “investidores”, que podiam gerar ganhos de 10% do valor investido e um bônus de 30% da equipe menor. A atividade mostrava que, apesar da Wall Street Corporate alegar, em algumas ocasiões, que não era empresa de marketing multinível, ela dependia da indicação de novos afiliados e pagava em níveis, em um sistema chamado de “binário’.

Mirelle Pinheiro

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