JPMorgan rebaixa Equatorial por alavancagem e cenário para 2024
“Acreditamos que é hora de o mercado dar uma pausa e rebaixar a EQTL3 para Neutro”, diz o banco em relatório

Uma combinação de performance, valuation, maior alavancagem e cenário mais complexo para fusões e aquisições. Esses foram os pontos analisados pelo JPMorgan ao rebaixar a recomendação de Equatorial (EQTL3) em seu mais recente relatório sobre o setor de utilitários.

Os papéis da companhia caíam 1,30% às 15h13 (horário de Brasília) desta segunda-feira (27), cotados a R$ 34,29, ainda que distantes das mínimas do dia.

Na análise, o banco destacou que a companhia tem surpreendido positivamente, tanto por revisões tarifárias “impressionantes que superaram as expectativas do mercado” quando pela realização de negócios que geraram valor substancial para acionistas.

“A Equatorial teve um prolífico ano de 2023, com bons resultados provenientes de fusões e aquisições anteriores (como Celg-D), resultados trimestrais sólidos impulsionados pelo crescimento do volume e menores perdas, e desmobilização de riscos setoriais devido à renovação de concessões”, afirma o relatório.

Ainda assim, a expectativa é que alguns pontos dificultem o mesmo sucesso para a companhia em 2024. Entre eles, o banco destaca que existem grandes acordos de distribuição no panorama da Equatorial mas pode ser que levem tempo para que chegue uma definição.

“O balanço da empresa está muito esticado para suportar grandes fusões e aquisições sem um aumento de capital; as principais revisões tarifárias estão no retrovisor; a concorrência em leilões de saneamento e transmissão permanece acirrada, comprimindo a criação de valor de projetos potenciais; a posição técnica pesada representa uma resistência”, considera a análise.

O JPMorgan destaca que sua confiança na administração para busca de opções que agreguem mais valor para acionistas mas reforça que outras empresas apresentam fatores atraentes com melhores avaliações. A análise entende como boas características o crescimento robusto de volume, a expansão de RAB (base de ativos regulatórios), planos para gasto de capital (capex) em redes e fluxos de caixas mais diversificados.

Na comparação do banco, a Equatorial ainda tem potencial de alta mas negocia com taxa interna de retorno (TIR) de 10,7% enquanto a Energisa (ENGI11) negocia em 12,4%. A companhia é considerada como overweight (exposição acima da média, similar à compra) e figura, junto com a Copel (CPLE6) como as principais escolhas para o JPMorgan.

“Com os preços da energia provavelmente permanecendo baixos até 2024, perspectivas de crescimento incertas para energias renováveis e retornos baixos em leilões de transmissão, acreditamos que as empresas de distribuição/integração oferecem a melhor combinação de crescimento do RAB (base de ativos regulatórios), capex de crescimento diversificado e avaliações atraentes”, analisa.

O relatório destaca, ainda, as menores preferidas dentro da cobertura, como empresas de transmissão e geração com margens de ganho estreitas e TIRs menos confortáveis. Na categoria, estão ISA CTEEP (TRPL4), Taesa (TAEE11) e AES Brasil ([AESB3]).

redacao
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