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Agentes do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Polícia Civil desmantelaram na manhã desta terça-feira (7) uma quadrilha acusada de prática de pirâmide financeira. O prejuízo estimado é de R$ 134 milhões.
Foram cumpridos dois mandados de prisão e oito de busca e apreensão na capital contra os integrantes do grupo. Dos oito denunciados, um é o agente da Guarda Municipal do Rio de Janeiro Rodrigo Cesar de Souza da Silva.
Silva foi preso nesta manhã durante a operação, que recebeu o nome de Alta Confiança em referência à empresa criada por ele para aplicar golpes – a Investimento Confiança.
Foi o segundo golpe derrubado pelo MPRJ e pela Polícia Civil no Rio de Janeiro em menos de três semanas. No final de outubro, os agentes também desmantelaram um esquema que prometia 30% ao mês. Um pastor evangélico estava envolvido.
Como funcionava a pirâmide?
De acordo com o MPRJ, Silva e os outros membros captavam recursos da vítimas para supostamente usar em operações de day trading na Bolsa de Valores. Em contrapartida, faziam falsas promessas de remunerações de 5% ao mês.
Pelo menos 12 guardas municipais denunciaram o esquema Corregedoria da corporação.
Os denunciados, segundo o MPRJ, convenciam os clientes a pegar empréstimos bancários e entregar carros e imóveis. Como é de praxe em pirâmides financeiras, eles ostentavam luxo para atrair as vítimas, com carros importados, helicópteros, viagens internacionais e residências de alto padrão.
Todos os mandatos de hoje foram expedidos pela 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa. Entre as medidas cautelares decretadas estão o sequestro de veículos, embarcações, quotas empresariais, imóveis e ativos financeiros dos acusa.
Só no primeiro trimestre deste ano, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) comunicou 16 casos de pirâmides financeiras para os Ministérios Públicos Estaduais e Federal, segundo seu Relatório de Atividade Sancionadora.
Nos últimos cinco anos, somente os esquemas ponzi (outro nome para pirâmide) associados a criptomoedas causaram perdas de R$ 40 bilhões a R$ 4 milhões de pessoas no Brasil.