Novo BC enfrenta desafios com Selic em alta
O cenário inflacionário de 2024 foi pior que o esperado, com uma depreciação de 20% do real, política fiscal expansionista e maior volatilidade nas decisões do BC

O Banco Central (BC) inicia 2025 com nova diretoria e sob pressão para enfrentar um cenário econômico desafiador. A taxa Selic, atualmente em 12,25%, deve subir para 14,25% até março, alcançando o maior patamar desde 2016. O novo presidente, Gabriel Galípolo, e três novos diretores assumem após mudanças na autonomia do BC desde 2021.

As indicações foram elogiadas por especialistas, como Fernanda Guardado (BNP Paribas), que destacou a experiência dos novos membros e a importância de um "guidance" claro para reduzir incertezas. Apesar disso, dúvidas permanecem sobre como a nova composição do Comitê de Política Monetária (Copom) lidará com pressões políticas e econômicas.

O cenário inflacionário de 2024 foi pior que o esperado, com uma depreciação de 20% do real, política fiscal expansionista e maior volatilidade nas decisões do BC. Em maio, divergências no Copom sobre o ritmo de cortes na Selic aumentaram as tensões no mercado, alimentadas por críticas políticas ao BC. A volatilidade gerou receios sobre a independência técnica da instituição.

As projeções para 2025 apontam IPCA em 4,60%, PIB em crescimento moderado de 2,01% e Selic em 14%. Apesar das incertezas, a nova diretoria tem o desafio de restaurar a credibilidade e conduzir a política monetária em um cenário de elevada pressão econômica e política.

redacao
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