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O governo do Paraguai está se preparando para combater as operações ilegais de mineração de criptomoedas. Em uma reunião realizada na semana passada entre a ANDE, a Administração Nacional de Energia, o Supremo Tribunal e o Departamento de Justiça, foi acordado agilizar várias ações para combater as operações ilegais de mineração.
As três instituições estabeleceram uma parceria interinstitucional que permitirá ao Departamento de Justiça lidar com estes casos com facilidade, incorporando vários aspectos que detalham a perseguição e punição dos intervenientes no furto de energia eléctrica.
Mais ainda, o presidente da Suprema Corte, Dr. Luis María Benítez Riera, afirmou que os tribunais do país tratarão desses casos com rapidez, dando garantias de que o devido processo será seguido.
A popularidade do Paraguai pelas suas tarifas de energia relativamente baixas tem prejudicado o país desde 2022, quando a ANDE levantou alertas sobre múltiplas operações ilegais de mineração de criptomoedas que desviavam energia da rede elétrica sem pagar. Na época, a ANDE estimou essas perdas em US$ 400 mil mensais.
Isto, e a opinião desfavorável do governo sobre a atividade, fizeram com que o governo desse luz verde a aumentos de até 50% nas tarifas de energia cobradas dos mineradores, que reclamaram da viabilidade dessas atividades após esta decisão.
A justiça paraguaia informou ter recebido 60 denúncias de roubo de energia ligadas à mineração de criptomoedas desde 2019. 43 intervenções foram concluídas nesses casos, o que afetou a qualidade dos serviços de energia elétrica e causou “graves danos materiais” à ANDE.
No entanto, empresas como a Bitfarms e a Pow.re escolheram o Paraguai como um centro para estabelecer e expandir as suas operações mineiras, impulsionadas pelas fontes de energia hidroeléctrica verde e barata do país.