Petrobras (PETR4) submete a acionistas proposta de R$ 22 bilhões em dividendos extras
A proposta de dividendos será submetida para aprovação na reunião de acionistas, marcada para 25 de abril, conforme comunicado da Petrobras à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na sexta-feira (19)

O conselho de administração da Petrobras (PETR4) aprovou o pagamento de 50% do lucro remanescente de 2023 em dividendos extraordinários, um desfecho que alivia tensões no mercado brasileiro, em meio a preocupações sobre a influência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na petrolífera estatal.

O acordo irá distribuir quase R$ 22 bilhões (US$ 4,23 bilhões) aos acionistas, incluindo o governo federal, representando metade dos quase R$ 44 bilhões que a empresa tinha disponíveis para repassar aos investidores. Apesar do desejo de Lula de reinvestir todos os recursos nas operações da Petrobras, o conselho cedeu à pressão de acionistas que pediam um pagamento substancial.

A proposta de dividendos será submetida para aprovação na reunião de acionistas, marcada para 25 de abril, conforme comunicado da Petrobras à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na sexta-feira (19) à noite. Fontes próximas ao assunto revelaram que o governo formalizará a proposta diretamente na assembleia de acionistas. Ainda neste ano, o conselho vai considerar a possibilidade de distribuir a outra metade do lucro, após concluir que isso não prejudicaria a estabilidade financeira da empresa.

Lula pressionava a Petrobras a limitar os retornos aos acionistas para privilegiar o reinvestimento, levando a rumores de que o CEO, Jean Paul Prates, poderia ser demitido. No entanto, a decisão do conselho de pagar 50% do lucro extra teve resposta positiva dos investidores, reduzindo a incerteza no mercado.

Prates declarou ao jornal O Estado de S. Paulo que a decisão de distribuir 50% dos dividendos foi quase unânime, com apenas um voto contrário, vindo do representante dos trabalhadores. Isso sugere que a medida será aprovada na assembleia de acionistas, dado o apoio governamental.

Para o governo, a decisão de distribuir dividendos é uma boa notícia. De acordo com o jornal O Globo, a medida pode aumentar o orçamento em cerca de R$ 6 bilhões, um alívio para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que busca reforçar as finanças do governo para atingir suas metas fiscais.

Ao longo do último ano, Prates teve a difícil tarefa de equilibrar as expectativas divergentes entre investidores e Lula, que enxerga a Petrobras como uma ferramenta para impulsionar empregos e a indústria nacional. Com esta decisão, a empresa parece ter encontrado um meio-termo, pelo menos por enquanto.

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