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Cauã Reymond e Tatá Werneck estão acostumados ao protagonismo, e não foi diferente na sessão desta terça-feira (15) da CPI das Pirâmides Financeiras, na qual a ira do deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade/RJ), presidente da CPI, se concentrou nas celebridades.
Tanto Tatá quanto Cauã conseguiram liminares no Supremo Tribunal Federal que os eximiu de participar da CPI. Ambos foram convocados pelos deputados na condição de investigados por terem feito publicidade para o esquema de pirâmide financeira Atlas Quantum. Já os criadores da empresa sequer foram encontrados para a notificação da convocação.
Ribeiro fez questão de que fossem exibidos no telão do Anexo II do Plenário 9 um total de três vídeos de propagandas dos artistas para a Atlas. Logo depois, deu um duro recado: “Não mediremos esforços e quebraremos o sigilo de quem quer que seja para dar uma resposta a todas essas 200 mil famílias”.
Ele afirmou que a “irresponsabilidade” e a “falta de caráter” dos atores foram uma das causas para a ruína de milhares de famílias brasileiras.
“As pessoas acham que a empresa é séria, pois acompanham a vida desses artistas e nada parece dar errado. A importância do depoimento das pessoas que participaram do marketing dessas pirâmides é saber quem estava por trás da empresa e tentar recuperar os ativos. Como recebeu, de quem recebeu e se tem participação na empresa”, disse.
O deputado Paulo Bilynskyk (PL/SP), autor do requerimento que convocou os artistas, reforçou que a Comissão pensa em outras medidas agora. “Não vamos deixar nossa função de investigar. Uma coisa é vir e não responder, outra é nem comparecer. Isso é desrespeito com 200 mil vítimas”.
Além dos atores, foram convocados para falar nesta terça-feira (15) os criadores da Atlas: Fabricio Spiazzi Sanfelice e Rodrigo Marques dos Santos. Nenhum deles foi encontrado para notificação da convocação e Santos está há anos em local desconhecido.
O apresentador Marcelo Tas foi convocado para depor e pediu que o procedimento fosse remarcado para quarta-feira (16), e foi atendido. Além de fazer publicidade, Tas foi também vítima da pirâmide.
Caso Atlas Quantum
A Atlas Quantum foi liderada pelo empresário Rodrigo Marques dos Santos e prometia rendimentos de 5% ao mês com arbitragem de Bitcoin. O negócio ruiu em 2019, lesando vários clientes após o sumiço de 15 mil BTC (R$ 2,1 bilhões na cotação atual).
A pirâmide colapsou após receber um alerta da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que desencadeou uma corrida de saques pelos clientes, que ficaram sem receber.
Rodrigo Marques fugiu poucos meses depois e até hoje é procurado por clientes lesados pelo seu esquema. Seu paradeiro é desconhecido.
Uma das estratégias da Atlas para atrair clientes foi a contratação de celebridades para fazer propagandas. Cauã Reymond, Tatá Werneck e Marcelos Tas fizeram publicidade da companhia.