Veja 8 opções de ETFs para calibrar carteira no exterior
Baixo valor de investimento, liquidez e simplicidade fazem com que a ferramenta seja opção para diferentes perfis de investidores

A principal incógnita no cenário dos investimentos em 2024 está relacionada ao momento em que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) iniciará a diminuição das taxas de juros nos Estados Unidos. De acordo com especialistas, as incertezas tornam os Exchange-Traded Funds (ETFs), conhecidos por sua facilidade de investimento e alta liquidez, ferramentas ideais para ajustar a carteira de investidores alocando recursos no exterior, desde os mais conservadores até os mais arrojados.

"No contexto de uma desaceleração (da economia americana) no horizonte, acreditamos que a renda fixa estará em foco novamente este ano, especificamente os de (maior) duração e qualidade do crédito", avalia Jason Xavier, chefe da área de ETFs da Franklin Templeton para Europa, Oriente Médio e África.

A fraqueza econômica é um dos resultados esperados da atuação do Fed, que manteve as taxas de juros entre 5,25% e 5,50% para controlar a inflação. Com maior controle dos preços, os agentes esperam amplamente que a redução das taxas comece este ano, e parte do mercado já antecipa esse movimento a partir da reunião de março.

"Considerando as dinâmicas recentes do mercado, temos observado um forte interesse nos ETFs de renda fixa", afirma April Reppy Suydam, chefe de distribuição na América Latina da gestora de ETFs First Trust. O profissional destaca a possível valorização da renda fixa no mercado secundário: quando as taxas começam a cair, títulos já emitidos com juros mais altos se tornam mais atrativos.

Mas, quais ETFs de renda fixa deveriam estar no radar do investidor? Alexandre Brito, sócio e gestor da Finecap Investimentos, recomenda para os conservadores o iShares Treasury Floating Rate Bond (TFLO), que investe em títulos públicos americanos (Treasuries) de curto prazo; e o iShares Floating Rate Bond (FLOT), que concentra as operações em títulos corporativos de vencimento curto.

Para aqueles com maior apetite ao risco, o profissional indica títulos com vencimento em sete anos, "que podem ter um bom desempenho se a visão sobre o Fed [iniciando cortes no primeiro semestre] for confirmada", diz. Para essa estratégia, o iShares 7-10 Year Treasury Bond (IEF) é uma opção.

ETFs de ações 

Apesar do momento positivo para a renda fixa, Xavier, da Franklin Templeton, também vê oportunidades em ETFs que rastreiam índices de ações, mais especificamente aqueles atrelados a tendências estruturais, como biotecnologia, saúde e inteligência artificial.

Mais conservador, Raony Rossetti, sócio da Melver, sugere os ETFs de índices amplos. Como exemplo, cita o iShares Russell 2000 (IWM) e o Vanguard's Russell 2000 (VTWO), que seguem o Russel 2000; e o iShares Core S&P 500 (IVV), um dos maiores do mundo, que acompanha o S&P 500.

"Gostamos dos ETFs que seguem o S&P porque, ao longo do tempo, é o índice que tem mostrado uma grande valorização e que traz uma segurança ao investidor por estar alocado em grandes nomes", explica.

As alocações segmentadas, no entanto, podem ser uma opção para quem deseja dar um caráter mais tático à carteira. Para Thiago Guedes, diretor da Bridgewise, são promissores os ETFs de segurança cibernética e energia, como o First Trust Nasdaq Cybersecurity (BCIR), e o BlackRock Institutional Trust Company (BIXC).

Como investir em ETFs no exterior 

Os ETFs são negociados como ações e podem ser acessados em plataformas de investimentos de empresas brasileiras com subsidiária no exterior ou diretamente em uma corretora nos Estados Unidos. Geralmente, exigem um valor baixo de investimento inicial e possuem alta liquidez, o que significa que é possível se desfazer da maioria deles a qualquer momento sem maiores problemas.

Seja por meio de corretora nacional ou estrangeira, a regra de tributação será a mesma. A alíquota sobre os rendimentos ou sobre os ganhos na alienação é de 15%. Já os dividendos são taxados em 30% na fonte nos EUA e devem ser informados na declaração de imposto de renda para evitar a bitributação.

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