Volume de criptomoedas usado por criminosos para lavagem de dinheiro cai 30%
Apesar da queda, esse valor ainda supera os US$ 18,3 bilhões de 2021, quando foi registrado um volume menor de lavagem de dinheiro

A redução no volume de transações de criptomoedas no ano passado trouxe um impacto positivo adicional: de acordo com o mais recente relatório Crypto Crime Report 2024, conduzido pela Chainalysis, o montante de criptomoedas utilizado por criminosos para lavagem de dinheiro diminuiu em 30%.

Após atingir um recorde histórico em 2022, totalizando US$ 31,5 bilhões, o volume de criptoativos empregado em atividades criminosas caiu para US$ 22,2 bilhões em 2023. Apesar da queda, esse valor ainda supera os US$ 18,3 bilhões de 2021, quando foi registrado um volume menor de lavagem de dinheiro.

O declínio nas transações ilícitas pode ser parcialmente atribuído ao "inverno cripto", que provocou uma diminuição de 15% no volume geral de transações. No entanto, a pressão das autoridades financeiras e as medidas de conformidade implementadas pelas exchanges também contribuíram para a redução da criminalidade.

Segundo o relatório, houve uma concentração ainda maior das exchanges utilizadas para atividades criminosas, com 72% dos fundos ilícitos sendo lavados por apenas cinco delas. No ano anterior, essa proporção era de 69%.

As exchanges centralizadas são a principal via para a conversão de criptomoedas em moedas fiduciárias e recebem 62% de todos os fundos provenientes de carteiras ilícitas.

Para evitar detecção, os criminosos costumam distribuir os recursos em várias contas de depósito. Em 2023, 1.425 endereços ou contas receberam mais de US$ 1 milhão em criptomoedas de forma ilícita, totalizando US$ 6,7 bilhões até dezembro - cerca de 46% do valor ilícito recebido pelas exchanges no ano passado.

Kim Grauer, diretora de Pesquisa da Chainalysis, destaca que as exchanges centralizadas têm a capacidade de congelar e apreender ativos associados a atividades criminosas, graças aos investimentos crescentes em conformidade e à implementação de medidas rigorosas de KYC (Conheça Seu Cliente) e AML (Contra a Lavagem de Dinheiro).

Entretanto, a pulverização dos depósitos apresenta desafios adicionais, exigindo uma diligência e compreensão mais aprofundadas das atividades em blockchain.

À medida que a pressão sobre as exchanges aumenta, os criminosos buscam novas formas de atuação, como os protocolos DeFi. O fluxo de fundos ilícitos para esses protocolos tem crescido nos últimos cinco anos, representando atualmente 13% do volume total lavado globalmente.

Além disso, as pontes que permitem a transferência de fundos entre diferentes criptomoedas têm se tornado uma fonte crescente de atividades ilícitas. No ano passado, o uso desses protocolos para fins de lavagem de dinheiro movimentou US$ 743,8 milhões, um aumento de quase 140% em relação a 2022.

O relatório da Chainalysis destaca que, embora 2023 tenha sido semelhante a 2022 em relação aos tipos de serviços utilizados para lavagem de dinheiro, houve uma ligeira redução no uso de fundos ilícitos em serviços ilegais, com um aumento na transferência de fundos para empresas de apostas e protocolos de pontes entre criptoativos.

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