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Santander projeta alta de 0,25 ponto na Selic

O Santander espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve a taxa Selic em 0,25 ponto percentual na reunião marcada para esta quarta-feira, 18 de junho. Com isso, a taxa básica de juros passaria de 14,75% para 15% ao ano. A instituição acredita que, após esse ajuste, o Banco Central manterá os juros em patamar elevado por um período prolongado.

Segundo Marco Antonio Caruso, economista-chefe de política monetária do Santander, a decisão ainda depende da evolução dos dados, mas o novo horizonte relevante para o primeiro trimestre de 2027 e o Relatório de Política Monetária previsto para 26 de junho criam espaço para justificar a manutenção da taxa. No entanto, o banco entende que há argumentos para um novo aumento agora.

Caruso destaca que os indicadores de atividade seguem fortes, especialmente no mercado de trabalho, enquanto as expectativas de inflação permanecem acima da meta de 3%. Esse cenário alimenta preocupações sobre a efetividade da política monetária atual e justifica uma postura mais cautelosa por parte do Banco Central.

As declarações recentes da diretoria da autarquia também reacenderam a percepção de viés de alta nos juros. Para o economista, isso indica uma estratégia deliberada de influenciar os preços dos ativos e manter as opções de política em aberto, algo que não ocorreria se a decisão por uma pausa já estivesse consolidada.

Outro fator considerado é a possível reavaliação do hiato do produto — diferença entre o crescimento atual da economia e seu potencial —, que o Banco Central avalia como menor do que o consenso de mercado. Com o Produto Interno Bruto (PIB) se expandindo próximo ao nível potencial e as expectativas de inflação ainda acima do centro da meta, a comunicação do BC vem sendo interpretada como hawkish, mesmo que as medidas práticas adotadas sejam moderadas.

Para Caruso, a sinalização do Copom deve ser vista como uma ação tática para evitar distorções na curva de juros e não como uma guinada brusca na condução da política monetária, conforme destacou o diretor Gabriel Galípolo em declarações recentes.

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