Brasil pode elevar impostos para conter importações chinesas
O receio é que, com o aumento das barreiras tarifárias nos EUA, fabricantes chineses redirecionem sua produção para mercados mais acessíveis

Diante da escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China, o governo brasileiro tem um plano caso o país se torne destino de uma nova leva de produtos chineses: elevar tarifas de importaçãoe não recorrer a medidas mais drásticas como cotas.

O receio é que, com o aumento das barreiras tarifárias nos EUA, fabricantes chineses redirecionem sua produção para mercados mais acessíveis, como o Brasil. A avaliação interna, no entanto, é cautelosa: ainda não dados concretos que indiquem um aumento expressivo na entrada desses produtos.É preciso clareza com base nos dados antes de qualquer ação”, afirma uma autoridade do governo.

Desde o início da ofensiva tarifária norte-americana — que começou com Donald Trump e teve tarifas de até 145% sobre bens chineses, posteriormente reduzidas a 30% por 90 diastécnicos brasileiros vêm monitorando possíveis impactos no comércio local. Segundo cálculos do governo, os efeitos de uma mudança global nas cadeias de fornecimento costumam levar cerca de três meses para se concretizar.

Caso as exportações chinesas de fato aumentem para o Brasil, o governo considera que o ajuste nas tarifas de importação é o caminho mais direto, eficiente e legalmente viável. A medida pode ser tomada rapidamente, sem necessidade de investigações longas ou medidas compensatórias, como exige a adoção de cotas.

O uso de cotas é possível, mas raro e burocrático. Seria um tiro de canhão onde bastaria uma mudança de alavanca”, explica a fonte. O Brasil também busca evitar possíveis retaliações comerciais por parte de parceiros atingidos injustamente por medidas sem base legal, como ocorreria no caso de cotas não fundamentadas em práticas desleais, como o dumping.

Enquanto isso, o país começa a ser procurado por empresas dos Estados Unidos que buscam novos fornecedores para escapar dos efeitos da guerra comercial. “O Brasil não está mal posicionado”, destaca a autoridade, lembrando que as tarifas impostas por Trump ao Brasil foram relativamente modestas — cerca de 10%, frente a percentuais muito mais altos para outros mercados.

No radar do governo, está a preservação da competitividade da indústria nacional sem fechar as portas ao comércio internacional. 

redacao
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