INSS promete ressarcir beneficiários por descontos indevidos até o fim do ano
Governo apura quantos descontos ilegais foram feitos em benefícios pargos pela autarquia

O presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, garantiu que todos os beneficiários lesados por descontos irregulares serão ressarcidos até o final de 2025. A estimativa de impacto financeiro para o governo ainda é incerta, mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os custos não devem ultrapassar R$ 2 bilhões. Caso o ressarcimento tenha que ser feito com recursos públicos, o INSS entrará com ações judiciais para cobrar os valores de associações envolvidas nas fraudes.

O compromisso foi anunciado na reunião do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), nesta terça-feira (27). Associações de aposentados citadas na investigação da Polícia Federal foram afastadas preventivamente pelo ministro da Previdência, Wolney Queiroz, e não participaram do encontro. Segundo ele, a medida foi tomada de forma cautelosa, sem ferir a presunção de inocência, seguindo o exemplo do ex-ministro Carlos Lupi, que se afastou por iniciativa própria mesmo sem ser citado formalmente.

Houve reação inicial das centrais sindicais contra os afastamentos, mas o tom mudou durante a reunião. Representantes alegaram que a indignação foi resultado de uma falha de comunicação. Já João Carlos Gonçalves, o Juruna, da Força Sindical, disse que a mudança de postura do ministério só ocorreu após pressão pública. A nota crítica das centrais foi divulgada na tarde de segunda-feira (26), e o ofício com novas nomeações foi enviado perto das 23h do mesmo dia.

Com os conselheiros afastados, o CNPS ficará temporariamente sem deliberar decisões até que novos representantes sejam oficialmente indicados pelas centrais.

Durante a reunião, também houve críticas à empresa Crefisa, que venceu quase todo o leilão para gerenciar a folha de pagamento do INSS. Helio Queiroz da Silva, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), denunciou atendimento precário, longas filas e exigência de abertura de conta corrente, o que poderia configurar venda casada. A denúncia tem respaldo em um ofício da OAB de São Paulo.

A Crefisa negou irregularidades e afirmou que os fatos mencionados são inverídicos. Disse ainda ter investido mais de R$ 1 bilhão na modernização de seus postos de atendimento. O presidente do INSS confirmou que recebeu a denúncia e determinou a abertura de apuração interna.

Desde janeiro, a Crefisa passou a administrar a folha de novos beneficiários do INSS, após vencer 25 dos 26 lotes em disputa. O contrato é válido até 2029.

redacao
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