Investimento em ETFs cresce no Brasil e atinge R$ 55,5 bilhões em patrimônio
O movimento acompanha a tendência global, liderada pelos Estados Unidos, onde o volume investido em ETFs atingiu US$ 10,3 trilhões

O interesse dos brasileiros por ETFs (fundos de índice) avançou de forma expressiva no último ano, com o patrimônio total alocado nesses ativos alcançando R$ 55,5 bilhões em março — alta de 20% em relação a abril de 2024, segundo dados da B3. O movimento acompanha a tendência global, liderada pelos Estados Unidos, onde o volume investido em ETFs atingiu US$ 10,3 trilhões ao fim de 2024, conforme o Federal Reserve.

No Brasil, a expansão tem sido impulsionada pela diversificação de produtos, que vão além da renda variável e incluem opções atreladas à renda fixa, commodities e até criptomoedas. Segundo Felipe Papini, da One Investimentos, o país segue os passos dos EUA ao ampliar a oferta de ETFs e facilitar o acesso a diferentes mercados.

A principal característica dos ETFs é a replicação do desempenho de um índice, como o Ibovespa ou o S&P 500. Com isso, o investidor obtém o retorno do índice sem a necessidade de comprar cada ativo individualmente, o que simplifica a diversificação da carteira.

Outro diferencial está na transparência: os ativos que compõem o fundo são públicos e conhecidos desde o início, ao contrário de fundos tradicionais, cujas movimentações são informadas periodicamente. Além disso, os ETFs têm gestão passiva, o que reduz os custos operacionais e torna as taxas mais atrativas — o BOVA11, por exemplo, cobra apenas 0,1% de taxa de administração.

De acordo com Caio Fasanella, da Nomad, os ETFs oferecem ainda mobilidade e liquidez, por serem negociados em Bolsa como ações, permitindo entrada e saída de posições com facilidade.

Apesar das vantagens, os ETFs carregam riscos, especialmente de mercado e liquidez. A exposição ao setor replicado pode gerar perdas em momentos de instabilidade — como ocorreu com os índices americanos no início do ano, que recuaram com a nova política tarifária de Donald Trump.

Entre os ETFs mais voláteis está o HASH11, focado em criptomoedas. Embora tenha subido mais de 12% em abril, o fundo acumula queda de 15,82% em 2025.

Para os especialistas, o ETF continua sendo uma ferramenta eficiente de diversificação, mas requer atenção ao perfil de risco e ao segmento replicado. Tamanho do fundo e volume negociado também são critérios essenciais para avaliar sua eficiência e estabilidade no mercado.

Código Índice Segmento Variação em um mês
HIGH11 Ibovespa B3 Smart High Beta Smart Beta 11,4
SCVB11 Market Vector Brazil Small Cap Value Index Ações - Small Caps 9,5
FIND11 Índice BM&FBOVESPA Financeiro IFNC B3 Ações - Financeiro 8,9
DVER11 Índice Diversidade B3 ESG 8,3
ECOO11 Índice Carbono Eficiente - ICO2 B3 ESG 8
TRIG11 Teva Ações Micro CAP Ações - Small Caps 7,9
CMDB11 Índice Teva Ações Commodities Brasil Ações - Commodities 7,30
SMAC11 Índice Small Cap - SMLL B3 Ações - Small Caps 6,9
SMAB11 SMLL B3 Small Cap Ações - Small Caps 6,80
SPVT11 Ibovespa B3 Empresas Privadas Ações - Setoriais 6,7

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