Prejuízo da Cosan dispara para R$ 1,78 bilhão no 1º trimestre
A receita líquida da empresa recuou 1,8%, somando 9,66 bilhões de reais entre janeiro e março

A Cosan iniciou 2025 com um tombo expressivo em seu balanço. A companhia reportou um prejuízo líquido de 1,78 bilhão de reais no primeiro trimestre, quase dez vezes maior do que o resultado negativo de 192,2 milhões registrado no mesmo período do ano passado.

A receita líquida da empresa recuou 1,8%, somando 9,66 bilhões de reais entre janeiro e março. Apesar da leve redução no custo de bens e serviços vendidos, que caiu para 6,8 bilhões, o avanço das despesas operacionais comprometeu o desempenho geral da companhia.

Essas despesas mais que dobraram no comparativo anual, alcançando 1,85 bilhão de reais. Parte relevante desse impacto veio da equivalência patrimonial negativa das controladas, que reverteu um ganho de 58,5 milhões no ano passado em uma perda de 1,12 bilhão agora. Além disso, a Cosan registrou uma baixa contábil de 285,6 milhões por não recuperabilidade de ativos — valor inexistente no mesmo período de 2024.

Em nota, a companhia atribuiu o resultado ao desempenho negativo da Raízen, à venda parcial de sua participação na Vale, à queda no volume transportado pela Rumo e ao impacto do incêndio que atingiu a Moove, no Rio de Janeiro, o que afetou margens e vendas.

Com a pressão nas despesas e receita em queda, o lucro bruto despencou pela metade, passando de 2,03 bilhões para 1,01 bilhão de reais. Já o Ebitda recuou 32,4% e ficou em 1,98 bilhão de reais no trimestre.

O resultado financeiro também deteriorou, com aumento de 7% nas despesas, que totalizaram 1,9 bilhão de reais no período.

Por outro lado, a Cosan conseguiu reduzir sua dívida líquida em 26% frente ao trimestre anterior, encerrando março com um total de 17,48 bilhões de reais. A alavancagem também recuou levemente, com a relação entre dívida líquida e Ebitda dos últimos 12 meses caindo de 2,9 para 2,8 vezes.

Mesmo com a melhora no endividamento, o trimestre foi marcado por forte pressão operacional e contábil — um cenário que a empresa terá de reverter nos próximos meses para voltar ao azul.

redacao
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